Eu fechei meus olhos e torci para aquilo ser apenas fruto da minha imaginação. Eu ignorei minhas mãos geladas, meu coração acelerado e meu corpo paralisado e quis acreditar que minha mente estava a me pregar uma peça.
Ouvi o badalar do relógio antigo avisar-me que a meia noite havia se achegado e, ao mesmo tempo, seu caminhar pesado que expressava todo o perigo que representava. Nesse mesmo horário, todos os dias a criatura de pelagem embaraçada e escura aterrorizava-me. Sempre surgia da última porta do corredor e acompanhado dele estava sempre um mau odor que fazia minhas narinas arderem de asco.
Com muito esforço consegui abrir um olho e olhei até a “face” da besta que expressava desagrado enquanto caminhava até mim. Estava a cerca de um metro de distância e nas minhas costas havia apenas uma porta. Maldita porta. Ouvia suas passadas lentas e arrastadas aproximando-se do meu trêmulo corpo. Pouco a pouco ouvia sua respiração alta se aproximar e, nessa altura eu já não tinha mais o que fazer. Eu não teria a quem pedir socorro. Restava sair do caminho em silêncio e permitir que meu filho fosse até a cozinha.
Malditos jogos online.