Breves momentos me trazem a tona que irei morrer. Sentado de quina, observando o gato comer, imagino se ele sentirá falta da pessoa que enche seu pote.
Espaços comuns me jogam na realidade de que sou apenas um personagem não jogável, um figurante não pago para a história de alguém. Entender a insignificância quebra a quarta parede da compreensão e a fama não é escudo, a 150 anos haviam pessoas famosas que nunca serão conhecidas, ouvidas ou faladas, por que tentar?
Quem nutre um desejo de ser algo deve ter um sentimento excruciante e continuo ao perceber que não passa da metade de uma gota numa poça pisada por alguém que alcançou o seu objetivo. A conquista vale a pena, mas enlouquecer tentando é miserável.
A incapacidade é inerente a todos, fazer algo, mas não tudo, é suficiente para a insuficiência. Sendo assim, o contínuo desgaste para se tornar ossos num cemitério faz até o mais simplório entender que a placa sob a cova é a única forma de alguém citar seu nome. Assim sendo e se assim for, por quê?