Um Guia Para Os Porcos (Terminado)
Rock
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 11/03/23 22:45
Editado: 24/06/23 19:41
Qtd. de Capítulos: 5
Cap. Postado: 11/03/23 22:45
Cap. Editado: 03/06/23 17:11
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 4min a 5min
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Palavras: 684
Não recomendado para menores de dezoito anos
Um Guia Para Os Porcos
Prólogo O Fim Da Estrada

O caixão adentra as profundezas do solo. Meu velho amigo Vincent se foi, é triste alguém tão talentoso nos deixar tão cedo. Julgo que todos os gênios possuem um lado obscuro em suas mentes, infelizmente, meu estimado colega foi uma vítima de sua própria genialidade.

O coveiro joga terra sobre o caixão, assim como minha esposa, agora Vincent retornou ao pó. Conforme seu túmulo é preenchido, uma reflexão sobre o sentido da existência abala os meus pensamentos; seria este o único caminho possível de se alcançar no final desta estrada? No final, todos nós encontramos a escuridão e regressamos ao pó? É difícil dizer se a vida tem algum sentido, algum propósito oculto, de acordo com minhas experiências recentes, acredito que haja apenas uma conclusão para estas reflexões mórbidas: A única certeza neste mistério que chamamos de existência é o seu final, o fim da estrada, a escuridão, a morte.

Os dias se passam e aos poucos minha vida vai retornando à normalidade, há apenas um pequeno problema, as dores musculares, que se iniciaram pouco tempo depois do funeral de Vincent. Neste estado de dor intensa, meu corpo parece pesar o dobro do normal, minhas veias ardem e constantemente me sinto cansado.

Estas estranhas dores começaram a me preocupar, por este motivo, decido ir ao médico. Acredito que não deve ser nada de mais, provavelmente é o luto, ou melhor, a maneira que meu corpo reage fisicamente às perdas recentes de meu amigo e de minha esposa. A consulta será amanhã, logo terei respostas.

Deixo o consultório médico sabendo que tenho pouco tempo de vida, aparentemente, estas dores que ando sentindo, ocorrem por causa de um câncer. Por não gostar muito de ir ao médico, este monstro não foi diagnosticado antes de se espalhar por todo meu corpo. Tenho apenas dois ou três anos de vida, disse o doutor, caso algum milagre ocorra, quatro anos.

Por causa do estado em que o câncer se encontra, a operação é impossível, minha única alternativa seria a quimioterapia. Neguei o tratamento, o médico argumentou que há uma pequena chance de eu vencer esta maldita doença, porém, não quero passar o restante do pouco tempo que me resta sofrendo ainda mais com a radiação, prefiro me isolar e aproveitar meus últimos momentos de vida.

Passo dias, refletindo sobre esta maldita doença, este Rabdomiossarcoma, que aos poucos corrói os meus músculos. Não me sinto assustado, estranhamente me sinto aliviado.

Em pouco tempo, irei me reencontrar com minha amada Anna e com meu velho amigo Vincent. Em poucos anos a morte irá chegar, ela sempre chega para todos os seres vivos.

Três meses se passaram desde o funeral, e minhas reflexões diárias me levaram a criar um plano. Já idealizei tudo, encontrei um local tranquilo para ir, uma cidade pequena, no interior do extremo sul, com cerca de quatrocentos habitantes; Belas Colinas.

Meus chefes já perceberam que estou estranho, hoje finalmente eles saberão o porquê. No fim do meu expediente, os informo sobre a minha condição. Todos ficam chocados, alguns insistem para que eu tente o tratamento, sei que só querem me ver bem, porém, digo a eles que esta decisão é apenas minha e eu não quero travar uma luta inútil, este não é o caminho que eu desejo seguir.

Peço pela a aposentadoria. É visível que os meus chefes e colegas estão tristes pelo fato de eu estar deixando a editora, entretanto, mesmo entristecidos, eles concordam e fazem um acordo extremamente condizente com os anos de serviço que prestei aos mesmos, afinal a quantia inestimável de escritores que recrutei para a editora, nunca foi sobreposta por alguém. Logo após assinar meu acordo de aposentadoria, me despeço de todos e sigo com os meus afazeres.

Em poucas semanas, minha mobília é descarregada na casa nova. Graças a Rodrigo, meu vizinho, consigo levar tudo o que preciso. “Esta deve ser a última viagem” Penso enquanto encaro meu velho Syclone, Rodrigo está ao meu lado, após me ajudar a colocar, o velho Bob, meu amado cachorro na camionete, o jovem se despede e eu parto em direção ao meu novo lar.

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