Mais uma vez enganei a mim mesmo. Tua presença aqui nunca é como penso (ou como me faço pensar). Tudo começa bem entre nós, até que você me chama de um jeito carinhoso demais que faz meu coração derreter e eu já fico incerto do que vem a seguir. Por que me deixas tão confuso, Enrico? Não sei se me quer ao seu lado como seu amigo ou como seu homem. Não sei se gosto de você ou se me fiz gostar. Não sei mais de nada, vago numa incerteza não confortável como se pisasse descalço em ovos que já quebrei há muito tempo.
Ainda assim, todas as vezes que você bate em minha porta eu a abro como se ela fosse meu coração. Talvez tudo isso seja culpa minha e da minha cabeça fantasiosa porque enquanto devaneios sobre você, sobre mim e sobre um nós meio inexistente lotam minha cabeça na sacada, você parece tão relaxado jogado no sofá. Acho que já saquei tudo.