Fico inquieta quando estou com você. Você faz meu coração sair pela boca sempre que sorri. As borboletas voam dispersas em meu estômago toda vez que fito seus olhos. No momento em que passarmos da barreira do toque e sua mão segurar a minha, não sei se conseguirei respirar ou se meus brônquios vão se desmanchar em em milhares de pequenos risos anasalados.
Fico inquieta quando não estou com você. Sua falta ao meu lado é como um pesado fantasma que não se dissipa no ar enquanto você não sai da minha mente (e, dica, raramente você sai dela). Meu coração sai pela boca imaginando seu sorriso mesmo se trocamos apenas mensagens. Me desmancho imaginando seus hábitos típicos, seu sorriso diagonal, sua jogada de cabeça pro lado, você ajeitando seus cabelos. Quando fala comigo, sinto uma ameaça mortal rondando-me: você cansar de mim. Você me faz ter até ciúme, sinto-me uma idiota.
No fim, sei que tudo isso é como um primeiro amor, sem ser o meu (ou o seu) primeiro. Sinto-me bêbada mesmo sóbria, sinto-me sóbria mesmo inebriada com seu cheiro, sinto uma vontade inenarrável de afundar meus dedos em seus cabelos e te fazer o mais amoroso cafuné até que eu não sinta mais minha mão. Tudo é intenso, confuso e violento. E esses prazeres violentos têm fins violentos (ou melhor, these violent delights have violent ends, porque gosto do teu sotaque falando em inglês) e não tem violência maior do que amar. E, especificamente, me parece que amar você é o meu ato de violência favorita, ainda que mais contra mim mesma. Porque, novamente, fico inquieta com e sem você, fico inquieta por causa de você e a inquietude é meu inferno pessoal (tão pessoal que já não me queimo, só no estômago quando a azia bate).