A todos que vocês que estão perdidos, não fiquem. Há tanto mais no mundo do que ele aparenta ter; tantos lugares a visitar, tantas línguas a conhecer, tantas músicas para ouvir, pessoas a encontrar, artes para apreciar e conhecimento a se adquirir.
Há tanta diversão em observar o movimento da folha rodopiar com o vento, a persistência das pessoas de viver, a vontade incoerente de desafiar os pilares sociais e provar que tudo é não existente. O não-existente existe, e o que existe não é real, não é um pensamento abstrato? Pessoas pensam isso. E também há pessoas que não pensam isso.
Há pessoas que querem ser garotos e pessoas que querem ser garotas, e pessoas que querem que não exista garotos e garotas que sejamos todos simplesmente humanos. Há pessoas radicais e há pessoas conservadoras, pessoas que pensam que o mundo é perfeito e pessoas que pensam que o mundo está acabando.
Há pessoas que acreditam na vida após a morte, pessoas que acreditam em reencarnação, que a morte é o fim ou que a morte é a própria vida. Há pessoas que choram porque sentem vontade de chorar e pessoas que choram por terem lágrimas arrancadas delas. Pessoas, pessoas e mais pessoas diferentes, distintas, iguais, estranhas.
São pessoas.
Há lugares quentes e frios e lugares que são só quentes ou só frios. Há lugares bonitos, lugares feios, lugares em que um não pode descrever ainda que outro pense que beleza é relativa. Há lugares que são relativos quanto à sua existência.
Já se perguntou por que a Estônia é a mesma coisa que Eesti? Ou que Daehan Minguk é a mesma coisa que República da Coréia? Por que um Canis lupus é tanto um lobo, quanto wolf, quanto Volk, quando é o mesmo animal?
Há tantas coisas que o mundo ainda tem a oferecer, a desvendar. Por que estamos preocupados com o espaço e Universo quando a Fossa da Mariana continua sendo uma incógnita?
As pessoas estão tão preocupadas com o mundo que não percebem que elas mesmas fazem parte do mundo. Elas são um mundo, elas são uma ilha, um país, um ser vivo. Elas cuidam de si mesmas como se elas fossem o Universo, mas não é isso que somos? Uma fração do Universo?
A todos vocês que pensam que se encontraram, vocês ainda estão perdidos. E quem pensa que está perdido, um dia pensarão que se encontraram.
Tudo está mudando, então sempre nos sentiremos perdidos ou encontrados, estabelecidos ou à deriva. Não podemos viver sempre um ou outro, não era isso que Heráclito dizia? A não ser que você seja como Parmênides, ou Platão, ou tantos outros filósofos que estudavam a mesma coisa que hoje em dia nos perguntamos.
O que somos?
Somos o infinito, ou somos o fim? Somos o indefinido, ou somos a definição? Somos humanos, ou somos alienígenas que uma espécie do que chamamos bactérias está tentado estudar?
Somos um sonho, somos um destino. Somos o mundo, somos o que desejamos ser.
Mas o que somos realmente? Só o tempo há de dizer.