O corpo não entende a razão.
O corpo pede isso e
aquilo,
sem saber o que é o mal.
Vem pra esse mundo hipertrófico,
inchado, saturado,
pensa-se separado
da organo-máquina.
Satisfaz o "é",
e
não o "ser".
É como se já fosse
tarde para tudo, e
as coisas se encontrassem
gastas, abusadas e
usadas.
Quem chegou primeiro aproveitou
bem demais
o suculento e o sustante.
Do pouco que sobrou, só
aparência e promessa, só
Profecia e dialética.
É
Escritura farta para olhos foscos.
E o artista, o que faz?
A máquina toma seu lugar
de direito. Até restar a
falta de sentido,
o que é?
Tão, tão pouco é.
Bicho obsoleto é
Mais do que parece, e
só merece ser quando for.
Capaz de amar.