Talvez
Lovely
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 09/11/22 17:40
Editado: 30/01/23 19:20
Gênero(s): Cotidiano Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min
Apreciadores: 2
Comentários: 2
Total de Visualizações: 381
Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 170
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Talvez

Este sentimento pode ser único e exclusivo da minha pequena cabeça confusa, mas ando num período de congestionamento. As palavras que antes valsavam na ponta da minha caneta agora pouco andam, talvez meus passos estejam ultrapassados ou são insuficientes para acompanhar o ritmo. Talvez me falte técnica.

As ideias e os assuntos borbulham em minha mente, como um copo de refrigerante extremamente gaseificado no qual o gosto só eu consigo sentir. Talvez devam ficar engarrafadas?

Escrever gira engrenagens que me permitem expressar meus sentimentos sem precisar dar explicações. Me preocupo, talvez de forma exagerada, mas não quero enferrujar. Tento continuar, receosa por não saber o limite que não me fara cansar. Conquista e frustração caminham perigosamente juntos, tanto uma quanto outra são capazes de modificar as estantes de minha mente, não quero ter que descartar livros.

Escrevo isso num bloco de notas, o medo da vontade escapar da ponta do lápis torna as palavras ilegíveis, consigo sentir a latência de cada risco, traço e pingo, minha essência derretida em grafite.

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Comentários (2)
Postado 26/11/22 15:20

Nossa, fiquei muito assustado quando vi meu nome no texto hahaha

Mas agora entendi o que é. E achei muito legal a sua ideia de colocar isso no seu texto. Foi muito legal a mensagem que você quis passar, parabéns

Postado 28/01/23 21:18

fiquei confuso

Postado 28/01/23 21:41

Querida Lay,

Eu não havia lido este texto até então. Pela data de publicação, 09/11/2022, que foi um dia antes das nossas últimas correspondências enviadas no dia 10/11/2022, posso presumir que há algo muito confuso no que tange a nossa comunicação.

Bem... desde que a enviei a última carta, esperei por um bom tempo o seu retorno. Como não o obtive, simplesmente tive uma falsa certeza de que você não queria mais continuar com o que estava acontecendo... com nossas correspondências.

E isso simplesmente deixa a nós dois dentro de uma redoma obscura, que não faz nenhum bem a nossas vidas.

Pela falta de respostas, deixei de ler e escrever contos e poemas. E pra ser sincero, toda a minha vontade de escrever, desde que a conheci, foi pautada na sua presença de leitura, de resposta, de conversa.

Para não ter que escrever um texto imenso, gostaria apenas de deixar aqui os meus sentimentos por você. Sentimentos estes que não espero trocas, mas sim reconhecimento. Quero que reconheça, querida Lay, que todas as suas palavras escritas, suas falas, seu ser, foram e são parte de mim desde a primeira correspondência. Parte de mim é você. E essa parte, embora ainda não esteja tão desenvolvida, é linda.

Você é linda, por dentro e por fora, metafisicamente bela. E eu guardo parte dessa beleza dentro de mim, mesmo que embora pouco nos falemos há algum tempo.

Luís de Camões concebeu um decassílabo atemporal que em parte resume o que você, suas palavras, suas ideias significam para mim, quando diz:

"Tranforma-se o amador na cousa amada

Por virtude do muito imaginar

Não tenho, logo, mais que desejar

Pois em mim tenho a parte desejada.

[...]"

Com isso, quero dizer em simples palavras que você foi e é parte de mim. As palavras que trocamos não foram ao léu. Não sei que tipo de sentimento é este e tampouco desejo saber, apenas senti-lo. E, contraditoriamente, desejo que os seus sentimentos sejam claros para você, e completamente felizes.