Sei que está aqui. Ouço a madeira rangendo com seus passos, são quase meia noite. Abafo o som da respiração com as mãos enquanto me escondo sob a mesa da cozinha. É assustador o sangue que escorre de suas mãos, pingando lentamente e manchando o assoalho. Posso correr para a escadaria e me trancar num dos cômodos, a tentativa é válida mesmo ele sendo rápido. Eu preciso tentar.
Abaixada, olho por trás da toalha de mesa. Silêncio. Sem rastros ou barulhos. Seguro a respiração e corro nas pontas dos pés, sem olhar para trás, até ser pega pela cintura por garras enormes e peludas.
- Olha só quem eu achei aqui. Meg, achei a Charlotte. Onde você estava escondida mocinha? - Ele me colocou no chão - Droga, eu te sujei. Esse ano sua mãe exagerou no sangue falso. Anda, tá na hora de tirar essa fantasia e ir pra cama.
- Mas pai, ainda é Halloween!
- Não é não, são meia-noite e quinze.