Caregivers: Laço de Sangue (Em Andamento)
Angel
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 01/08/22 21:38
Editado: 20/09/22 11:52
Qtd. de Capítulos: 2
Cap. Postado: 01/08/22 21:38
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 16min a 21min
Apreciadores: 2
Comentários: 1
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Palavras: 2636
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Caregivers: Laço de Sangue
Notas de Cabeçalho

O SURTO CHEGOU!

Venho trazendo pra vocês o meu mais novo projeto: Os meus vampiros elementares kkk

Espero que gostem e tenham uma boa leitura.

Capítulo 1 Prólogo

Luna estava debruçada sobre a enorme janela que havia no escritório de seu pai. Ela contemplava o fim do belo crepúsculo do anoitecer, onde, certamente, os seres da escuridão começavam a despertar. Mas, havia algo errado, o crepúsculo estava mais vermelho que o normal, um vermelho tão chamativo e intenso, que lembrava-lhe… Sangue. Aquela noite seria fria e sombria, podia afirmar isso com veemência, ela podia sentir isso. As trevas estavam doidas para brincar, enquanto a alvorada não chegasse.

A jovem sentiu uma rajada de vento ir de encontro a sua face e balançar seus longos cabelos negros, causando-lhe um calafrio em sua espinha, um sentimento esquisito tomar conta de si, algo semelhante ao… medo? Talvez. Lentamente ergueu seus olhos escuros em direção ao horizonte, o crepúsculo já havia sumido e a lua cheia começava a se erguer. Não! Havia algo errado, o clima estava mais pesado e sombrio.

Ela apertou a maçaneta da enorme janela e fitou a escuridão seriamente, via o nevoeiro se levantar próximo ao portão da mansão, via como as trevas pareciam dançar e procurando uma brecha para entrar. No entanto, não conseguiam graças a barreira de proteção que fora levantada.

Seus olhos cor de amêndoas perdiam-se no horizonte, enquanto soltava a fumaça de vapor entre os seus lábios carnudos e avermelhados. Ela estaria segura enquanto estivesse dentro da barreira durante a noite, nenhum ser da escuridão poderia a alcançar ali.

Por puro reflexo, ela tocou na pele sensível e leitosa de seu pescoço, no local onde ela um dia sentiu-se perfurada. O local onde quase levaram a sua humanidade, onde quase arrancaram-lhe a alma.

O seu mundo era dividido por quatro tipos de seres, sendo eles: Tenebris, Bonum, Caregivers e os tão frágeis humanos. Luna fazia parte dos caregivers.

Os Caregivers são guardiões, fruto de uma relação de Bonum com Caregivers ou com um humano. Os guardiões e Bonuns não podiam reproduzir entre humanos — não, que fosse impossível, mas era visto como algo sujo e profano, o pior dos pecados. Os guardiões não também podiam se relacionar amorosamente, como o casamento, pois eles deveriam dedicar-se unicamente a proteger o seu Bonum, caso venham quebrar essa regra os envolvidos são afastados de suas funções, o que era considerado uma desonra. Os guardiões são treinados desde a sua mocidade a proteger os Bonum e mantêm o equilíbrio nos dois mundos. São treinados a matarem os Tenebris, que por sua vez são seres da escuridão. Caregivers são possuidores de sentidos mais apurados do que qualquer outro ser vivo, dotados por uma força e genialidade sobre humana; verdadeiros guerreiros. Ao contrário dos Bonuns e Tenebris, os guardiões não precisavam de sangue para saciar a sua fome, pois, sendo uma ponte entre os dois mundos, eles conseguiam sobreviver somente com a comida humana.

Os humanos são aqueles que não possuem o remoto conhecimento sobre o outro mundo que os rodeiam, por isso Caregivers lutavam para continuar assim, lutavam para manter o equilíbrio, pois, caso os humanos descobrissem sobre o outro mundo, certamente seriam tomados pelo desejo de poder. Talvez até aliariam-se aos Tenebres, embriagados pela promessa da imortalidade; mas isso só aconteceria caso fossem sugados pelos Tenebres até que não restasse nada da sua humanidade. Não, os humanos não podiam saber sobre as criaturas que os rodeavam ou seria um verdadeiro caos.

Os Bonum, por sua vez, são seres da realeza e vivem em um alto patamar, que possuem sangue tão precioso e com um poder imensurável, diariamente são protegidos pelos Caregivers. Cada Bonum possui em média um ou dois Caregivers para o proteger, quanto mais poderoso e mais importante o bonum for, mais guardiões ele terá. Os Bonuns são dotados de um tipo de magia, sendo elas: purificação, fogo, água, ar e terra. Quando um Bonum é corrompido pelas trevas acabam tornando-se Tenebres e já não são mais possuidores da magia. Assim como também, ao contrário dos Tenentes, os Bonuns não são imortais, mesmo tendo a vida mais longa que a de um humano comum.

Tenebres são seres sem alma, mortos vivos, desligados de qualquer tipo de sentimento, cruéis, a personificação da pura maldade. Seres que somente saciam-se com o sangue de Bonum ou Caregivers, mas podiam viver da dieta de sangue humano. Haviam duas formas para se tornar um Tenebre, sendo elas: matar um Bonum, sugando toda a sua vitalidade, ou ser mordido por Tenebre e ser forçado a se transformar.

Luna engoliu em seco, enquanto apertava o seu pescoço com mais força, olhando as sombras que rodeiam a mansão.

Eles não vão entrar, Luna. Eles não vão entrar”. Disse mentalmente, repetindo, como se fosse o seu mantra mais sagrado.

A barreira era composta pela magia da purificação, a magia mais rara e mais poderosa que existia em seu mundo. A única magia que podia salvar um Bonum e Caregivers de serem corrompidos pela escuridão, mas eles não podiam estar completamente transformados, porque quando uma vez que viravam Tenebres não havia como os trazer de volta; somente a morte os libertaria. A purificação era dolorosa, Luna sabia muito bem disso, pois ela havia passado pelo processo de purificação quando... — engoliu em seco mais uma vez — Não, ela não queria se lembrar.

Ela fechou os olhos com força, enquanto perfurava a sua pele do pescoço com a unha. Aquele lugar... Aquelas sensações. Ela ainda podia ver claramente os olhos escarlate, famintos, a olhando com tanto ódio e… sede. O sorriso macabro que lhe lançava, revelando as suas presas afiadas, enquanto a pele pálida era banhada pela luz da lua e os longos cabelos escuros dançavam harmoniosamente com o vento. Ela ainda era capaz de sentir o odor da podridão da morte que a criatura emanava, misturando ao cheiro metálico de sangue fresco.

— Luna? — chamou uma voz suave, tirando-a de seus pensamentos perturbadores.

— Sim? — perguntou ela, virando-se para a nova voz que entrara no escritório.

Cecília a olhava com os seus intensos olhos multicoloridos um de um tom âmbar e outro de um tom esverdeado com uma mistura bem sutil de azul no meio, intensos e extremamente belos; suas bochechas estavam coradas. A garota coloca a mecha de seu cabelo loiro, em um tom quase platinado, atrás da orelha e abaixa o olhar, sentindo-se receosa.

— Papai está lhe chamando para o café — diz ela, em murmuro baixo.

A morena sentiu a respiração ficar presa em sua garganta. Era a hora que todos da mansão estavam acordando, ela poderia descansar e comer algo. Os guardiões iriam trocar o turno e ela poderia, enfim, “relaxar ”.

A morena apenas assentiu com a cabeça e fechou a janela, suas ações eram acompanhadas pelos olhos multicoloridos, que a olhava com uma certa admiração.

— Certo, vamos descer — disse a morena, olhando seriamente para a irmã caçula.

Cecília, por sua vez, abaixou o olhar e confirmou com a cabeça. Luna saiu de frente da janela e caminhou em direção a garota, cujo a mesma já caminhava em sua frente. A loira, magra e esguia, tinha seus exatos 15 anos. Luna notou a trança embutida, lateral, que a jovem usava, assim como o vestido branco cheio de babados. Tudo em Cecília exalava doçura e pureza, a jovem moça parecia boa demais, ingênua demais, para o mundo sombrio que as rodeavam.

A garota de olhos diferentes levantou a cabeça e olhou a irmã por cima dos ombros, enquanto as bochechas adquiriram uma coloração rosada.

Tão ingênua”. Pensou Luna, suspirando em descontentamento.

Diferente de si, Cecília era uma Bonum, assim como o seu pai; a garota ainda não havia despertado a sua magia, muitos acreditavam que ela dominaria o elemento água, devido a sua timidez, outros acreditavam que dominaria o ar, por ser reservada e calada. Mas, havia alguns que acreditavam que ela seria uma das portadoras da magia da purificação, assim como o seu pai era. Luna não sabia afirmar com clareza qual magia sua irmã despertaria, ou se despertaria, contudo, acreditava que seria uma proveitosa.

Por ser uma Bonum, desde pequena a mais nova precisava de um guardião e esse guardião era Luna, ao menos, era assim como a mais velha se intitulava. Afinal, era por isso que ela fora criada, não é mesmo? Para servir ao futuro herdeiro daquela família, ou era assim como ela se sentia. Ninguém lhe tiraria o direito de proteger Cecília, essa era sua responsabilidade como uma herdeira da família Ivanov, como uma nobre.

Chegando na espaçosa sala de jantar, podia-se observar os empregados com bandejas em suas mãos, andando de um lado para o outro, para servir o patriarca daquela antiga mansão. Com um suspiro cansado, Luna caminhou com extrema leveza sobre o seu saltos quinze, ela sabia que não deveria usar um salto desses em sua profissão, mas a mansão era segura demais, então ela poderia se dar a esse pequeno luxo, ainda mais por esbanjar toda a elegância e arrogância que ela adorava. Caminhando com uma graça que por poucos era abençoada, sentou-se em uma das cadeiras vagas que havia sob a espaçosa mesa de verniz.

— Desculpe-me pelo atraso, pai — disse ela formalmente, olhando para o seu progenitor.

O homem, que até então estava imóvel como uma perfeita estátua mármore, olhou-a com seus intensos olhos cor de âmbar, extremamente severos.

— Sabe que não tolero atrasos, Luna! — disse ele, com a sua voz grave e autoritária.

— Eu sei! — respondeu ela, enquanto pegava uma fatia de pão. — Eu estava no escritório, assuntos burocráticos com a Academia Dragomir, sobre matrícula de Cecília — disse, olhando de soslaio para Cecília que comia uma torrada em silêncio.

— Oh, a diretora disse algo que devemos nos preocupar? — perguntou Diana, a esposa de seu pai e mãe de Cecília, enquanto colocava uma mecha dos seus cachos dourados atrás da orelha. Ela era uma mulher belíssima e esbanja elegância com um sorriso confiante. Diana possuía longos e volumosos cabelos dourados, cheio de cachos; olhos azuis acinzentados, os lábios finos eram pintados de um tom malva, ela usava um elegante vestido azul royal que definia bem a cintura delgada.

— Não. — Luna respondeu, logo após engolir um pedaço de seu pão. — Eles a acolherão muito bem, mas estão incertos sobre eu estar por lá, no entanto, os guardiões dos alunos acreditam que isso pode ser bom, pois toda a ajuda é bem vinda, ainda mais agora com os poucos guardiões existentes e a nova geração com despreparo querendo se formar. Ainda mais depois do ataque por Tenebres na antiga escola; eles estão querendo reforçar ainda mais a segurança, então alguns acreditam que o meu recrutamento é uma bênção divina.

— Bênção divina — disse o seu pai, com a voz carregada de sarcasmo e desgosto, causando um embrulho no estômago da primogênita.

Sant. Edgar Snow, sua antiga escola, foi atacada a quase um ano atrás por Tenebres que conseguiram romper a barreira da purificação. Como? Isso ainda era um mistério que os Bonuns e os Caregivers tentavam solucionar. Alguns acreditavam que humanos poderiam ter ajudado, o que era mais provável... Mas, havia aqueles que acreditavam que a ajuda havia sido por alguém de dentro, algum traidor aliado aos Tenebres.

Luna estava lá no dia do ataque, era para ser a sua formatura e dia que finalmente se tornaria uma guardiã, o dia que marcaria a sua jornada e nova vida. No entanto, ela não esperava que fosse daquela forma, não com os corpos sem vida de seus amigos e colegas atirados em seus pés. Ela nunca se esqueceria daquele cenário de horror.

Ela respirou fundo e tentou ignorar a fala de seu pai, pois sabia que ele não acreditava mais no seu potencial como guardiã, não depois de tudo o que aconteceu.

— A Academia Dragomir é tão segura, ou até mais, que a Sant. Edgar. — A voz de Diana se fez presente novamente. — É uma das mais seguras do mundo. Ela só fica atrás da Academia Mikhailova na Rússia, e a Sant. Galanis da Itália. Não quero ter que mandar Cecília para tão longe, então com Luna estando ao lado dela me deixa mais aliviada em mantê-la em local mais “próximo”.

Logo após a fala de Diana, o café da manhã seguiu-se no costumeiro silêncio. A primeira a se retirar da mesa foi Cecília, logo após foi o patriarca da família. Quando Luna estava prestes a se retirar também, Diana chamou-a.

— Tentarei resolver o mais rápido possível a sua matrícula também. Tudo bem que você não será uma estudante comum, mas preciso de você ao lado dela, Luna. Cecília ainda não despertou a sua magia, ela está desprotegida e eu preciso que cuide dela, independente do que aconteceu ano passado — disse ela, deixando a morena sem reação. Diana tentou forçar um sorriso quase simpático e decidiu retirar-se.

Diana tinha uma preocupação genuína por sua única filha, ela amava Cecília mais que qualquer coisa no mundo. Então, Luna sabia que a mulher faria qualquer coisa para que a garota ficasse bem e segura, mesmo que isso tivesse que recorrer a sua doce e adorável enteada, mesmo depois de tudo o que aconteceu na sua antiga escola.

Ela olhou para o lustre de cristais que havia no teto e suspirou. Poucas pessoas ainda acreditavam no seu potencial e ela precisava recuperar o seu antigo status, mas sabia que as sombras de seu passado ainda a perseguiriam pelo resto de sua vida.

[...]

— A Academia Dragomir pede que usemos uniforme — disse Cecília, enquanto arrumava as suas malas. — Mas não sei se você precisará, pois você não será exatamente uma aluna.

— Os guardiões também usam uniforme. — Luna respondeu, em um tom seco.

— Mas só em eventos formais — replicou a mais nova. — Como você tem sorte, Luna. Você é maior de idade, então pode sair a hora que quiser sem dar satisfações a alguém. Eu queria ter essa liberdade.

Sortuda? Bem, Luna sentia-se longe disso. Ela ainda tinha 18 anos, era considerada maior de idade, como sua irmã pontuou, mas estava longe de sentir a liberdade que por muitos era almejada. Olhando sua irmã ali, dobrando as roupas com delicadeza, viu que a liberdade era uma palavra frugal e que jamais poderia ser usada em seu vocabulário. “Eles vem primeiro”. A frase vinha sussurrada em sua mente para lembrá-la do seu real dever.

— Não diga bobagens. — Foi a única coisa que a mais velha disse, antes de dar as costas e sair do quarto.

Em passos rápidos e ao mesmo tempo graciosos, a morena vagou pelo corredor vazio e solitário. A propriedade de sua família era grande, tal como a mansão, mas no fim, ela sabia que seria Cecília quem herdaria tudo aquilo, e seria a mais nova quem daria continuidade às gerações daquela antiga família. Cecília herdaria tudo, o sobrenome, as propriedades, os status… Um lugar na família real e no trono. Cecília era uma Bonum, era o direito dela como a filha Bonum e herdeira da realeza. De nada valia a progenitura de Luna, não quando o sangue não era puro, não quando ela era apenas uma Caregivers; ela estava marcada para servir, isso desde o ventre de sua mãe. Luna jamais teria um lugar na realeza, em meio a elite… A não ser que estivesse ali com uma boa guardiã em serviço, para os proteger. Essa era a sua função, apenas essa e somente essa.

Cecília dizia que ela tinha sorte? Que queria a sua liberdade? Que grande hipocrisia. Cecília era a pessoa de sorte ali, a pessoa que tinha total liberdade para escolher o seu futuro. Mas independente do que ela escolhesse, Luna teria que estar ao lado dela para a proteger.

Afinal, eles sempre iriam vir primeiro… Sempre e sempre. Luna aprendeu isso, da pior e mais dolorosa maneira.

Então ela não poderia recuar, não mais. Enfrentaria tudo de frente para conseguir a confiança em si novamente, limparia o seu nome. Luna honraria o seu título de guardiã, mesmo que para isso tivesse que engolir todo o seu orgulho.

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Apreciadores (2)
Comentários (1)
Postado 14/10/22 18:45

Adoro histórias de vampiros!

Aqui temos váriospersonagens interessantes, espero vê-los se desenvolver bastante!

Ótimo começo <3

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