Naquele grande cemitério, só existe uma árvore.
Bem no meio de um oceano de sepulturas.
Não é uma árvore frondosa nem imponente.
Mas pequena e de galhos retorcidos.
Respeitosamente evitando transparecer a sua vida.
Em meio a uma plantação de defuntos.
E assim, cumpre seu papel.
De ser uma árvore dos mortos.
Nos seus galhos mirrados, eternas crianças brincam em sua Eternidade.
Mas suas vozes não podem ser ouvidas pelos vivos.
E o silêncio dos sepulcros ecoa no Além.