Sou fraco — não é mistério.
Sou falho — é verdade.
Sou miserável — e não há dúvidas.
Sou tudo e nada. Sou cheio e vazio. Sou um poeta fracassado, um amante amargurado; sou a sombra do que um dia já desejei ser. No fim, me restam memórias maculadas, manchas em minha estrada — das quais não consigo me livrar. Vivo no passado, preso a laços desfeitos, sonhos renegados, pessoas inconstantes que constantemente me machucam.
Estou preso num loop. Não há fim, não há início; apenas eu e meus resquícios. Planejo tudo e não faço nada. A ansiedade me atropela, mas não me mata.