Há momentos na vida em que o cansaço toma conta...
Nada parece valer a pena
Nada faz sentido
Nada a dor amana...
A mente clama por um consolo
Por um prazer que nada tem
E em si mesmo o cansaço se encerra...
Quisera eu que densas águas me cerceassem
O não-mais seria um doce alento!
Queria ser vento...
Sem pausa, sem dúvidas, sem ter que lutar pela estabilidade
Ir e vir conforme a vontade
Ter liberdade de voar ao bel prazer...
Não ser!
Cansaço de não ver mais sentido
Cansaço do povo em alarido
Cansaço das pessoas e suas divagações e agressões
Cansaço da vida que nunca muda, mas cíclica
Vem e vai e se delonga
Tal qual onda que nunca cessa
Funesta vida, incessante tédio!
Por mais que se corra, se venha e se vá
Como já disse o sábio Salomão
"Nada há de novo debaixo do sol
Tudo é correr atrás do vento"
Alento, como queria...
Achar razão, sentido para mais um dia...
Dias que vem e vão sem razão, sem objetivo...
Grita: NADA faz sentido!
Vale a pena acordar?!
Ódio, raiva, mágoa, desespero?
Nem tanto assim... Só quero sair de mim
Como desejaria ser fogo, ser raio, explosão...
Delícia seria ter tamanho poder
De exterminar todo cansaço por toda a eternidade...