Eu nunca encontrei a felicidade facilmente, pelo contrário, passei e ainda passo grande parte do tempo pensando onde está minha felicidade e porque parece que ela nunca está disposta a ser encontrada. Enquanto meus pés caminham pela mesma calçada de todo dia, seguindo sem esforço o caminho tão conhecido, uma “playlist” aleatória soa pelos fones de ouvido.
Diferente da maioria dos dias, minha cabeça está vazia hoje, eu sigo em frente sem pensar em nada e quando menos espero uma melodia tão nostálgica invade minha audição, um sorriso imediatamente se forma na minha boca, o que me faz sorrir ainda mais já que essa é uma das frases ditas por Nando Reis em “Sei”. Imediatamente começo a cantarolar a música e as memorias da eu de treze anos que assistia todos os capítulos da novela em que esta música era tema do casal principal, invadem minha cabeça.
Após a melodia e a voz do cantor sessarem, me vejo em frente ao meu emprego, me pergunto quando foi que a felicidade da eu de treze anos em assistir aquela novela acabou. Não recordo muito bem o motivo de gostar tanto de assistir esses programas naquela época, ou porque isso me fazia tão feliz, mas ao adentrar o prédio tão conhecido e realizar a mesma rotina de todo dia, não deixo de pensar que não sou feliz como era naqueles dias.
A felicidade momentânea que escutar uma música tão nostálgica para mim trouxe, me fez passar um dia mais leve, entretanto, também me fez refletir sobre como eu nunca terei um amor como o descrito por Nando e como eu nunca terei tantas outras coisas que a eu daquela época queria. Talvez a nostalgia não seja lá tão boa no final das contas.