Eu sempre amei as luzes da cidade. Todo ponto de luz, brilho, placa neon ou coisa assim. Tudo isso sempre me fazia sorrir. O céu escuro na noite e muita poluição visual, era isso que eu queria da vida.
E então veio você.
Eu não podia ter-lhe nas mãos, pois era escorregadio como uma salamandra. Ia e vinha quando bem entendia, como um gato. Mesmo assim, seus olhos brilhavam mil vezes mais que sirius. E, falando em sirius, contigo aprendi a apreciar canis major e tudo que ela – e o céu – poderia me proporcionar. De placas de neon, passei a admirar estrelas. Admirei tanto, que decorei cada uma, seus nomes e suas constelações. Diferentemente das estrelas – as quais eu não poderia ter na palma da mão, mas ainda sim me sentiria preenchida todas as noites pelo seu brilho luminoso – você ia embora e deixava-me em duvida se deveria procura-lo pelo céu ou pelos bares da cidade. A verdade é que eu não te acharia em nenhum dos dois; estava ocupado emprestando seu brilho as estrelas. E mesmo assim eu não desistiria. Pois mesmo com cerca de 88 constelações e milhares de placas de neon, você é minha poluição luminosa favorita.