Em pleno pôr do sol ele foi para nunca mais voltar. Do parapeito eu o observava caminhando sob a chuva em passos lentos e trôpegos, sem nunca olhar para trás; sem se arrepender de sua decisão. Na ausência de suas palavras e de sua presença, a crueldade dos meus dizeres ecoa em cada cômodo, punindo-me pela fragilidade dos meus sentimentos, enfraquecendo-me pela minha incapacidade de demonstrar emoções e impossibilitando-me de engolir o orgulho e desfazer esse último adeus silencioso.
E agora, sozinha nessa noite sem estrelas, eu teria que aprender a aceitar e auferir os frutos dos meus constantes erros.