Queda Livre
Mei
Tipo: Lírico
Postado: 19/11/21 15:49
Editado: 19/11/21 15:50
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 43seg a 57seg
Apreciadores: 1
Comentários: 1
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Usuários que Visualizaram: 3
Palavras: 115
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Queda Livre

Está chovendo.

Ouço pouco, a chuva, mas sei que chove.

Chove e respinga no parapeito da janela.

Eu não escuto mas, sei, está lá fora — a chuva, à espreita.

Tão só, ela.

Tão só ela a se derramar.

Ora forte, ora fraca. Ora fina, ora sem classe.

Não senta à mesa, deita-se sobre ela.

E se esparrama. E desaba. E deságua... é nascente

[dos olhos].

Chuva tão quieta!

Veio de mansinho. Me assustou.

Cedo irrompeu a cair; desatando as nuvens, torcidas até secar –

não houve uma gota salva.

Nada.

Sempre caindo, a chuva, a chiar!

E é lá fora, ou aqui dentro, que uma de nós está...

...em queda livre,

despencando

c

é

u

abaixo.

❖❖❖
Notas de Rodapé

[em mim]

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 19/02/22 15:33

O poema mal começa e já me passa a impressão de querer dizer mais do que diz, daqueles labirintos usando a alma das palavras. Imaginei-o como um embate interno, a chuva sendo mais que a chuva, especialmente por conta do verso "Não senta à mesa, deita-se sobre ela"; ele trouxe a chuva para dentro da minha sala imaginária, e de repente sua nascente são olhos, e a chuva são lágrimas que o eu-lírico parece nem ter certeza de onde vieram. Ou posso estar só completamente perdido ao divagar hwahahaha~ Adorei a liberdade misteriosa de seus versinhos, Mei.

~K. D. War & -Jess