Está chovendo.
Ouço pouco, a chuva, mas sei que chove.
Chove e respinga no parapeito da janela.
Eu não escuto mas, sei, está lá fora — a chuva, à espreita.
Tão só, ela.
Tão só ela a se derramar.
Ora forte, ora fraca. Ora fina, ora sem classe.
Não senta à mesa, deita-se sobre ela.
E se esparrama. E desaba. E deságua... é nascente
[dos olhos].
Chuva tão quieta!
Veio de mansinho. Me assustou.
Cedo irrompeu a cair; desatando as nuvens, torcidas até secar –
não houve uma gota salva.
Nada.
Sempre caindo, a chuva, a chiar!
E é lá fora, ou aqui dentro, que uma de nós está...
...em queda livre,
despencando
c
é
u
abaixo.