Maria e João estavam tendo uma conversa derradeira.
Foram cinco anos de casamento, mas que não estava resultando em filhos, e o casal - que só trepava a cada mês de novembro, para que o filho nascesse vencedor e Leonino - decidiu se separar.
Depois de falar um monte de "verdades" na cara de João, Maria solta sua frase final, junto de um pum audível:
― Pois é isso aí, e se não quiser me responder, estou cagando e andando.
Ao que João grita em resposta:
― Ah é? Achou que eu não ia responder? Pois então tu caiu do jegue, mulher!
― Do que você está falando, seu louco? O ditado é cair do cavalo...
Mas antes que Maria pudesse terminar de falar, João abriu a própria bunda e retirou de lá de dentro um jegue.
― Pois aqui está o jegue, e tu vai cair dele.
― Nem morta que eu subo nessa bosta.
― Não é bosta só porque saiu da minha bunda. É um jegue. E tu vai subir.
João e Maria começam uma luta corporal. Para dar tensão a cena, o jegue relinchava como se fosse as trombetas do Apocalipse.
Murro na cara de um, soco na cara do outro. Até que João conseguiu colocar a mulher no dito cujo.
O jeguinho cresceu e cresceu, ficando com dois metro de altura. Começou a cagar muito forte, e a bosta enterrou metade do corpo de João.
Só que nisso Maria não conseguiu se segurar, e caiu do jegue e quebrou o pescoço. João desesperado tenta nadar em meio a merda para chegar até Maria, que apesar do pescoço, ainda estava viva.
Mas nessa hora sons guturais começam a ser ouvidos. O jegue começou a ficar verde, depois roxo. Um monte de vermes irrompiam do corpo apodrecido do pobre jegue, que urrava de dor e de terror.
João coloca a culpa disso tudo em Maria.
― Olha o que tu fez, agora meu jegue vai morrer, tu também tem que morrer!
Dizendo isso, João começa a colocar merda de jegue dentro da boca de Maria, até ele pensar que ela havia morrido sufocada de merda.
Mas quando ele saiu de perto dela, e foi até o focinho do jegue, em um alento final ao seu verdadeiro amor, Maria despertou e mesmo com a cabeça caída devido ao pescoço quebrado, ela se aproximou de João e vomitou toda a bosta em cima dele.
Ele gritou ensandecido, mas começou a se corroer, porque o vômito de Maria era ácido. Não apenas ácido, mas ácido sulfúrico mesmo.
O jegue desesperado com a situação, escorrega nos próprios vermes e cai em cima de João, que acaba degolado.
O jegue fica muito triste, pois não queria ver João sofrer. Ele então começa a soltar ainda mais vermes de seu corpo peludo, e a cada verme que cai, mais o jegue cresce. Ele cresce tanto que fica com 6 metros de altura, gritando e relinchando com mil vozes diferentes.
A cena era horrível, Maria fica assustada e mija e caga mole. João, mesmo com a cabeça descolada do corpo, começa a chorar e a vomitar, o vômito saindo pelo seu pescoço.
O jegue infla tanto que finalmente explode. Sangue purulento irrompe das entranhas do jegue. Esse sangue vai percorrendo a cidade inteira, como um intenso dilúvio vermelho, todo podre e fedorento, que mata dolorosamente qualquer criatura viva em que encoste.
Maria, João e a cidade inteira começam a se dissolver agonizantemente, em uma dor insuportável.
O jegue já não é jegue, é um cogumelo atômico. O mundo inteiro vai ser dissolvido com a radioatividade do jegue.
Nesse instante, uma luz intensamente laranja começa a brilhar em meio ao cogumelo atômico. É uma criança nascendo.
A criança tem uma aura forte, e resgata Maria e João, ou melhor, resgata as poucas partes já líquidas que sobraram deles.
― Eu sou Nix, a filha de vocês. Agora irei me vingar desse jegue.
Nix então invoca seus poderes das trevas, ela traz maldições e pestes para o mundo todo. Ela é cada uma das pragas do Apocalipse. Tudo arde em fogo e em doenças dolorosas.
A ira de Nix recai sobre a Terra, e absolutamente tudo se destrói. Porque a partir daquele momento e para sempre: o mundo inteiro jaz no maligno.