Caí do Jegue
Meiling Yukari
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 17/09/21 21:28
Editado: 17/09/21 21:36
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 4min a 5min
Apreciadores: 4
Comentários: 4
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Usuários que Visualizaram: 9
Palavras: 706
Não recomendado para menores de dezoito anos
Notas de Cabeçalho

Olá, pessoal, como estão?

Este aqui é meu pré aquecimento para o Halloween hahaha

AVISOS: conteúdo cômico, insano, violento e sensível.

Leiam por sua conta e risco!

Capítulo Único Caí do Jegue

Maria e João estavam tendo uma conversa derradeira.

Foram cinco anos de casamento, mas que não estava resultando em filhos, e o casal - que só trepava a cada mês de novembro, para que o filho nascesse vencedor e Leonino - decidiu se separar.

Depois de falar um monte de "verdades" na cara de João, Maria solta sua frase final, junto de um pum audível:

― Pois é isso aí, e se não quiser me responder, estou cagando e andando.

Ao que João grita em resposta:

― Ah é? Achou que eu não ia responder? Pois então tu caiu do jegue, mulher!

― Do que você está falando, seu louco? O ditado é cair do cavalo...

Mas antes que Maria pudesse terminar de falar, João abriu a própria bunda e retirou de lá de dentro um jegue.

― Pois aqui está o jegue, e tu vai cair dele.

― Nem morta que eu subo nessa bosta.

― Não é bosta só porque saiu da minha bunda. É um jegue. E tu vai subir.

João e Maria começam uma luta corporal. Para dar tensão a cena, o jegue relinchava como se fosse as trombetas do Apocalipse.

Murro na cara de um, soco na cara do outro. Até que João conseguiu colocar a mulher no dito cujo.

O jeguinho cresceu e cresceu, ficando com dois metro de altura. Começou a cagar muito forte, e a bosta enterrou metade do corpo de João.

Só que nisso Maria não conseguiu se segurar, e caiu do jegue e quebrou o pescoço. João desesperado tenta nadar em meio a merda para chegar até Maria, que apesar do pescoço, ainda estava viva.

Mas nessa hora sons guturais começam a ser ouvidos. O jegue começou a ficar verde, depois roxo. Um monte de vermes irrompiam do corpo apodrecido do pobre jegue, que urrava de dor e de terror.

João coloca a culpa disso tudo em Maria.

― Olha o que tu fez, agora meu jegue vai morrer, tu também tem que morrer!

Dizendo isso, João começa a colocar merda de jegue dentro da boca de Maria, até ele pensar que ela havia morrido sufocada de merda.

Mas quando ele saiu de perto dela, e foi até o focinho do jegue, em um alento final ao seu verdadeiro amor, Maria despertou e mesmo com a cabeça caída devido ao pescoço quebrado, ela se aproximou de João e vomitou toda a bosta em cima dele.

Ele gritou ensandecido, mas começou a se corroer, porque o vômito de Maria era ácido. Não apenas ácido, mas ácido sulfúrico mesmo.

O jegue desesperado com a situação, escorrega nos próprios vermes e cai em cima de João, que acaba degolado.

O jegue fica muito triste, pois não queria ver João sofrer. Ele então começa a soltar ainda mais vermes de seu corpo peludo, e a cada verme que cai, mais o jegue cresce. Ele cresce tanto que fica com 6 metros de altura, gritando e relinchando com mil vozes diferentes.

A cena era horrível, Maria fica assustada e mija e caga mole. João, mesmo com a cabeça descolada do corpo, começa a chorar e a vomitar, o vômito saindo pelo seu pescoço.

O jegue infla tanto que finalmente explode. Sangue purulento irrompe das entranhas do jegue. Esse sangue vai percorrendo a cidade inteira, como um intenso dilúvio vermelho, todo podre e fedorento, que mata dolorosamente qualquer criatura viva em que encoste.

Maria, João e a cidade inteira começam a se dissolver agonizantemente, em uma dor insuportável.

O jegue já não é jegue, é um cogumelo atômico. O mundo inteiro vai ser dissolvido com a radioatividade do jegue.

Nesse instante, uma luz intensamente laranja começa a brilhar em meio ao cogumelo atômico. É uma criança nascendo.

A criança tem uma aura forte, e resgata Maria e João, ou melhor, resgata as poucas partes já líquidas que sobraram deles.

― Eu sou Nix, a filha de vocês. Agora irei me vingar desse jegue.

Nix então invoca seus poderes das trevas, ela traz maldições e pestes para o mundo todo. Ela é cada uma das pragas do Apocalipse. Tudo arde em fogo e em doenças dolorosas.

A ira de Nix recai sobre a Terra, e absolutamente tudo se destrói. Porque a partir daquele momento e para sempre: o mundo inteiro jaz no maligno.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Alguém sabe o que é o jegue? Acho que ele é a alegoria da própria conversa derradeira. Quase como uma metalinguagem. O jegue falando do jegue. Ou eu sou tão insana quanto meus personagens...

Muito obrigada por ter lido meu textinho <3

Apreciadores (4)
Comentários (4)
Postado 05/10/21 11:46

wtf

10/10 sonharia com isso

obrigado jegue

Postado 18/10/21 20:29

Lírico, belo e moral. 10/10 lerei de novo

Postado 29/04/22 18:53

Nix... NIX... NIX?!!!! A própria deusa da fucking noite????

Minha camarada autora e cronista, a srta. foi até o delta do rio Styx, arrumou pelego com Caronte, roubou-lhe o jege, e subiu até os Campos Elísios para trazer este animal ao nosso mundo!

E que maneira mais bela de introduzir uma narrativa rapizódica (talvez não vista desde Mário de Andrade) às imaginagens deste leitor!

Para mais textos assim,

Sjow!

Postado 14/10/22 16:32

Essa é uma das capas mais divertidas que já vi por aqui.

Tenho que dizer, é muito além de 10 na escala richter

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