Quase três centenas de bolhas, passeiam por uma grandiosa floresta, onde no centro, havia um grande lago.
Na margem, um casal que não se importava de ter os pés molhados por pequenas ondas, beijava-se apaixonadamente.
Com direito à mordiscadas nos lábios e, respiração ofegante.
— Lolita! — uma senhora grita ao despertar de seu sono.
Essa era Amélia, a anciã aparentava ter oitenta anos, mas sua idade era bem mais avantajada. Ela, já foi rainha dos Howard, em sua juventude.
— Acho que foi um sonho. — Amélia comentava ao olhar um relógio de parede.
— Mas de toda forma, é melhor vigiar aquela menina. — à hora marcada era dez da manhã, Amélia apoiou-se em sua bengala e ergue-se.
Em outro quarto, o jovem Benjamin ainda bebê, deleitava-se de rir ao ver um filete de água passear entre as mãos da tia.
— Lolita, você está aqui? — Dolores ouviu a voz da avó e passou a ignorar o sobrinho, para se virar.
— A senhora, quer alguma coisa? — Dolores estava bem mais nova e por isso, sua beleza florescia, com seus olhos verdes, narizinho arrebitado e cabelos louros.
— Quero sim — a anciã respondeu indo até o berço de Benjamin. —, gostaria que não mostrasse magia, a essa abominação.
Amélia cuspiu em Benjamin, porém com seus poderes mágicos, Dolores parou o catarro no ar e o guiou para o chão.
— Ele é metade não bruxo, mas é seu bisneto, tanto como a Sara. Por favor, não faça isso.
Amélia ouvia a neta pedir: — Tudo bem Lolita. Quase esqueci, seu noivo está te esperando, no salão.
— Obrigada, cuida do Benzinho um pouquinho.
A jovem pediu, saindo pela porta do quarto, mas sem perceber que os olhos da avó brilharam em um verde esmeralda por alguns instantes.
— Ou ela bloqueou a minha leitura de mente ou aquilo, ainda não aconteceu — a velha jogava palavras ao ar, no instante que olhou para o bebê. —, isso, seria impossível.
O salão principal tinha o chão tão bem encerado, que se uma pessoa estivesse por lá, poderia ver sua imagem espelhada em cor de carmim.
— Eu não vou falar com você assim, volte ao normal. — Dolores ordenava ao ver uma raposa do ártico, no meio do salão, com as patas sujas de lama.
— Lolita, eu...
— Coisa nenhuma Isaac! — a princesa dos Howard, interrompia a raposa. — Volta ao normal logo, sabe que isso me dá nervoso.
Isaac voltou a sua forma humana. Ele ainda era jovem, porém alto, talvez um e noventa, era detentor de uma cicatriz no pescoço e seus cabelos tocavam o começo das costas.
— Bem melhor. — Dolores disse e depois, desenhou um sorriso no rosto.
— Agora que o seu sobrinho nasceu eu andei pensando se poderíamos marcar a data do nosso casamento.
Isaac comentava quase rindo, mas Dolores desviou o olhar para um quadro que estava na parede.
— Até que podemos sim — ela admitia. —, mas, Isaac, eu posso te perguntar uma coisa?
— Claro que sim. — ele respondeu.
— Não se sente forçado a se casar, quero dizer, já pensou se pudéssemos escolher o nosso futuro como no caso da minha irmã?
— Lolita, a situação da Luna, foi diferente — Isaac contava. —, devia parar de querer ser tão rebelde.
— Eu não me considero tão rebelde assim, mas eu gostaria de um tempo para pensar.
— Mas Lolita, um tempo de que? — Isaac indagava.
— De tudo! E não venha atrás de mim! — Dolores ordenou, saindo pela porta do castelo em uma velocidade incrível.
— Acho que alguém tem dificuldades em por rédeas na Lolita. — a voz de Amélia ecoava nos ouvidos de Isaac. A velha descia as escadas, calmamente.
— A senhora, devia cuidar da sua vida. — o jovem respondeu sem sequer olhar para a anciã.
— É justamente o que eu estou fazendo. Em um de meus sonhos, eu vi o futuro da Dolores, hoje ela conhecerá um não bruxo que vai nos reduzir a pó.
— Não bruxos não têm poderes para isso — Isaac retrucava. —, pare de tentar me envenenar, com palavras.
— Isaac, você é jovem demais, para saber que no passado éramos queimados vivos por esses seres que não tinham poderes?
O bruxo, ao ouvir a pergunta, hesitou e esperou Amélia continuar: — Evite que a Lolita, conheça esse não bruxo. Prove que tem honra e salve o nosso reino.
Isaac saiu pela porta do castelo determinado e ao ver algumas ovelhas pastando, chamou: — Hebert!
Ao ouvir o grito, apenas um único animal veio em sua direção.
— Eu quero que vá atrás da Lolita. Agora! — Isaac ordenou, sendo obedecido imediatamente.
— Se aquela bruxa velha não tivesse nos prevenido de outras tragédias, eu realmente, não me prestaria a isto! — ele jogava palavras ao ar, enquanto seu corpo mudava.
A magia de Isaac lhe permitia um grau de mutação muito avançada e ele, depois de quinze segundos, se transformou na águia americana para poder voar pelo céu.