Simples magia
Em um momento de nossas vidas paramos...
Lado a lado, sorrimos, decidimos no olhar,
Nossos primeiros passos conscientes na certeza de,
Sermos um com um só caminho a seguir de mãos dadas,
Não tínhamos um plano para o futuro, nem mesmo sonhos,
Não planejávamos nada, só deixávamos acontecer,
Talvez não fossemos de questionar gostos e desgostos,
Não nos questionávamos, tirávamos no par ou ímpar,
Quando os ânimos alteravam, cadeiras ao contrário,
Sentados de costas, cabeça apoiada no ombro um do outro,
Um minuto, a troca de olhares, o meio termo e tudo normal,
Sorriamos e mais um dia na simplicidade da cumplicidade,
Nossos dias se repetiam na simplicidade de viver o momento,
Sermos um completando o outro, sem obrigação, só era bom,
As vezes me questionava por que me escolheste, não sou
Ninguém, só mais um como tantos outros na multidão,
Decidimos assinar os papeis nos tornados marido e mulher,
Assim nossos filhos apresentados a sociedade com pais,
Aniversários da nossa união não coincidiam com os papeis,
Nossos momentos de estarmos a sós, curtindo um ao outro,
Na mesa da cozinha, prato com um pedaço de bolo,
Na xicara capuccino divido para nós dois,
Nossas músicas completando a noite, duas ou três danças,
A carregava no colo, a jogava na cama, mais uma noite nossa,
O tempo passou na simplicidade de não conhecermos a rotina,
Engraçado não planejávamos nada, só vivíamos o momento,
Quando decidíamos surpresa, tudo saia errado,
Era divertido ligar um para outro ao mesmo tempo,
Quando um atendia em uma só voz, “surpresa”,
Inexplicável pensarmos ao mesmo tempo o mesmo,
Longa disputa e nos encontrávamos no meio do caminho,
Nem mesmo nós entendíamos a cobrança dos nossos filhos,
Por que dois endereços se sempre estávamos juntos,
Talvez precisamos de um espaço só nosso, a sós,
Apoiada no meu peito com as pernas esticadas no sofá,
Silencio nos carinhos a alisar teu cabelo, nos beijos roubados,
Na simplicidade de dizer sem palavras quanto nos amávamos,
Sem percebemos criamos um mundo só nosso, a nossa volta,
Onde todos os dias eram iguais, ao mesmo tempo únicos,
Sem rotina, não precisávamos sonhar, só viver o momento,
Enfim contigo aprendi a viver a simplicidade da vida,
Simplesmente nós no nosso dia a dia vivíamos o momento,
Encontrando respostas, aprendendo a dar um passo a trás,
Conciliar a simplicidade contornando os espinhos no caminho,
Só viver o momento que jamais se repetiu entre nós dois,
Tudo tem início, meio e fim por não sermos eternos...
Todos temos um tempo, uns mais, outros menos...
Era só mais um dia na simplicidade de vivermos o momento,
Depois da longa disputa nos encontramos na casa de praia,
Nosso paraíso, de mãos dadas a molhar os pés nas ondas,
Sentar na areia ouvindo o som das ondas adormecer na areia,
Dormir sobre a toalha e acordarmos cobertos por areia,
Depois do banho, na mesa o prato com um pedaço de bolo,
Capuccino dividido, nossa música, duas ou três dança,
Mais uma noite de lua de mel em nossas vidas, a trigésima,
O dia seguinte só mais um dia maravilhoso em nossas vidas,
No fim da tarde sentados no sofá, apoiada no meu peito,
Pernas esticadas, deslizar no teu cabelo, beijos roubados,
Um longo silencio nos olhos cerrados que não era normal,
Por um momento o mundo parou de girar,
A lágrima a deslizar a não acreditar que eras o fim,
No desespero o som mudo da voz a te chacoalhar,
Sem resposta, não estavas mais comigo...
Um mundo só nosso onde todos os momentos eram únicos,
A simplicidade de sermos um só, sem amanhã,
Mas um passado recheado de lindas recordações,
Ensinaste-me que não existe a pessoa certa ou duas metades,
Só momentos perfeitos divido por duas pessoas que se amam,
Não existe magia, o amanhã é a simplicidade do momento,
Desenhado por dois corações que se permite amar,
O mais importante para nós era viver o momento,
Certeza de dormir juntos e acordar no dia seguinte,
Com as mãos entrelaçadas para mais um dia maravilhoso,
Só queríamos estar juntos por que era simples, maravilhoso,
A culpa é tua por esquecer a ensinar-me o mais importante,
Como viver sem a ter ao meu lado, a acordar e não ver,
Teu rosto sorrindo para mim, não ouvir o som do silencio,
No olhar de cumplicidade, não deslizar suave no teu cabelo,
Os beijos roubados na cumplicidade de mais um momento,
Perfeito, único, a só nosso no nosso mundo.
Não, não combinados, não planejamos, mas sabíamos que,
Queríamos seguir juntos nas mãos entrelaçadas,
O destino nos separou, mas não teve forças a separar
Nossos corações, então não julgue-me por planejar,
Estar a teu lado aqui no nosso paraíso, mãos dadas,
Os pés a molhar nas ondas, o som das ondas adormecer,
No suave tocar as areia, acordarmos coberto por areia,
Só viver o momento separados por nosso corpos,
Mas vivos nos nossos corações.