Vozes Sem Rosto
Guilherme Isaac Thomas
Tipo: Lírico
Postado: 11/05/21 09:01
Editado: 07/06/21 02:38
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 29seg a 39seg
Apreciadores: 3
Comentários: 3
Total de Visualizações: 560
Usuários que Visualizaram: 6
Palavras: 78
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Vozes Sem Rosto

Ouço vozes.

Não apenas vozes,

De clamores e súplicas.

À tempo que ouço:

De dia, de noite, pela madrugada,

Em casa, na igreja e no trabalho.

Ela chama e chama

Em prantos,

Olhei pra lá e pra cá, nos cantos

Ponderando.

Corri atrás, não a encontrei.

Transpirei, suor caindo

Ansiei que a encontrasse, a tocasse

Com as minhas mãos a consolasse.

Mas afinal são apenas vozes.

Que não precisam ser pegas

Oque precisam é serem ouvidas

E atendidas.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Obrigado!

Apreciadores (3)
Comentários (3)
Postado 14/05/21 14:09

Sr. Guilherme! Que texto poderoso!

Em minha interpretação, esse foi um poema realmente forte, representando as vozes que precisam ser ouvidas...

É tão triste que existam pessoas tentando a todo momento silenciar vozes que querem liberdade...

Esse foi um ótimo poema!! Muito bom mesmo!!

Um grande abraço <3

Postado 17/05/21 02:46

Obrigado de coracao Meiling!

Postado 15/05/21 01:28

Sr Guilherme, de imediato me vieram duas situações ao término desta curiosa leitura: em uma delas, o eu-lírico é uma pessoa parcialmente desperta para a Espiritualidade e conseguia ouvir as vozes dos que ainda estão no mundo, à deriva após a Morte.

Todavia, o segundo pensamento que me veio foi o das próprias pessoas que muitas vezes querem se abrir, expor suas dores e problemas, mesmo que quem ouça (ou talvez ninguém na Terra) não possa resolver nada. Quantas vidas solitátias, abandonadas, machucadas, desesperadas estão nesse exato momento por aí, apenas querem ser ouvidas e não possuem ninguém que faça isso por elas ao menos uma vez?

Que texto bonito.... E triste, aos meus olhos...

Meus sinceros parabéns e muito obrigado por compartilhar conosco!

Soturnamente,

um ser que muitas vezes ouviu e, por Satã, teve a sorte de muitas vezes ser ouvido também, True Diablair.

Postado 17/05/21 02:50

Certo! Tem muitas vozes por ai a deriva, que nao podem ser caladas, mesmo que nao tenham a devida atencao.

Obrigado Sr Diablair!

Postado 05/06/21 10:49

Eita! Que poema é esse?!

Não sei se a intenção era causar um certo receio, mas me pus a ponderar sobre que vozes seriam essas e quais os clamores que elas bradam...

Sinceramente imaginei uma cena de terror ou algo do tipo...

Seria esta a ideia?

Postado 07/06/21 03:14 Editado 07/06/21 03:19

'Sinceramente imaginei uma cena de terror ou algo do tipo... '

Claro Monise!

Escrevi esse poema pelos irmãos que sofrem de terrorismo em CABO-DELGADO aqui em Moçambique, elas clamam por ajuda, e ninguém está nem ai para atendê-las, pelo contrário, tentam mantê-las em silêncio, irreconhecíveis . Mas apesar disso, não se calam, continuam clamando, incansavelmente.

Postado 07/06/21 11:37

Não conhecia estes acontecimentos em Moçambique.

Triste a realidade do descaso das autoridades...

Os mais pobres sempre sofrendo injustiças...