Mãe, misto de sentimentos!
Mistura de percepções, vivências
Das quais tantas vezes nem tomamos consciência
Só muito mais à frente
A mente entende: MÃE.
No começo dos dias
Alimento, cuidado, carinho, alento, conforto...
Sem "mãe" o filho está morto!
Inda que seja essa "mãe" tia, vizinha, avó, prima, madrinha...
Que toma para si
A vida pequenina.
Mãe, quanta coisa evoca!
A mão que toca,
A voz que chama à realidade
A violência da própria carência
Que confunde o abuso com e educação...
NÃO, não quero chamar-te MÃE!!!
Mãe, raiva, ódio, mágoa, ferida purulenta
Quando quem deu a vida pouco se importa
Talvez não largue numa porta
Mas abandona no caminho, no cuidado, no afeto...
Mãe, nem só de pão viverá o homem!
Não é só higiene e alimento a tempo
Precisa aquele quê divino
Aquela palavra que anima o menino
Aquele afeto maior que o mundo...
Mãe, como sinto
Muito mais que mero instinto
Seu carinho, cuidado, minha alma toca!
Sem laços, sem sangue, ainda assim
Mãe que adota,
Mãe que faz minha
Toda a sua vida...
Mãe, angústia, incerteza, sofrimento
Uma químio, uma tristeza, mil lamentos
Foi-se antes do tempo
E a sua falta, mesmo passados infindos anos
Lágrimas dos olhos evoca
Peito arde e a boca lamenta.
Mãe, companheira de mil brincadeiras
Cantigas, livros, sorrisos
Histórias ao dormir
Sonhos embalados por doces aventuras
Ternuras que serão o escudo
Contra as agruras da vida
Ah, querida!
Sim, um misto de sentimentos
Sim, um misto de vivências
Sim, uma multiplicidade de reações
Inda sim, MÃE
Quanto peso e leveza numa simples palavra
Paradoxal palavra!
"A mão que balança o berço
Controla o mundo"
Alguém disse com sabedoria
Para o bem ou para o mal
Mãe-tristeza, Mãe-saudade, Mãe-alegria...
Deus salve a rainha: mãe!