Ela era bonita. Mais que isso. 22 anos. Ela me disse que eu parecia o pai dela. Eu não ligo pra isso de idade, mas ela me daria mais dinheiro que prazer. Ela tinha daqueles sorrisos que existem mais na mente dos artistas que na vida real.
“Vem, querida, vou te dar o mundo.” E ela merecia.
Primeiro a botei num comercial, depois numa minissérie, depois em Hollywood. A botei num retrato, também; pra sempre me lembrar a quem eu devo tudo o que tenho.
Tinha tudo, menos ela. Menos aquele maldito sorriso.
Ou seja: eu não tinha porra nenhuma.