Quando acordei aquela manhã, eu percebi que já era sua

Como se tivesse acabado de despertar de um pesadelo,

Eu chorei desesperadamente até soluçar tristes negações

Observada por famintos olhos dourados

Constantemente em perigo, perdida na floresta mal assombrada

Suspirando gelo e tremendo de frio, mesmo em uma noite quente de verão,

Eu preferia morrer de fome que admitir minha derrota

Ainda assim continuei estremecendo de prazer embaixo do seu corpo

Empurrões, mordidas e arranhões ainda eram desferidos contra você

E entre suplicas de pare... eu não consigo aguentar

Um ou outros tantos gemidos escorriam entre as lágrimas de deleite

Sempre me dando o que eu não consigo assumir querer

Toda vez desconstruindo minha imagem

Fazendo das minhas garras e pressas meros enfeites de uma boneca

Domando-me entre beijos e conversação condensada aos ouvidos,

Arrepiando todo meu corpo como minha alma doente

Me fazendo desejar cada vez mais seus toques, sendo sempre cruel

Puxando-me para mais perto do seu alcance

Acariciando minhas pernas em felpudos toques de veludo

Grosseiramente ousando queimar meu corpo em publico

Corando o rosto e agitando-me por dentro

Aos poucos enchendo-me com teus desejos...

Fazendo do meu corpo o mais honesto possível em sua presença

Espontaneamente tirando de mim a liderança e a ordem

Transformando-me na sua prisioneira rebelde, seu troféu de maior prestigio

Todas as noites suplicando que simples palavras escorram de meus lábios

E tomem rumo ao vento...

Contudo ainda assim, a cada momento de solidão e vazio

Teimo em desacreditar de todos teus feitos

Pondo-me a crer que se deixasse, mesmo em um curto suspiro,

Seu mais querido pedido virasse realidade...

Você iria deixar-me no instante seguinte como se acordasse de um sonho

Em que eu nunca tenha sido quem você freneticamente desejo em seus braços

Ou profundamente protegia em seu coração

Foi assim que decidi, mesmo se me afogasse em todo seu amor,

Ainda faria com que usasse toda sua dominância

E cansaço do meu ser para enfim me obrigar a dizer o quanto eu amo você

O quanto nossos corpos se dão bem ou como consegue mexer no meu eixo

Desconfigurar meu sistema ou aflorar as borboletas em meu estomago

Por que esse é nosso jogo...

E você sabe que quando falo para me obrigar

Quero que me domine.