Desligo a televisão
No meio da noite
Enxergo minha reflexão
De minh'alma escuto açoites.
Ouço gritos,
No meio da noite
Uma mulher grita por socorro
Outra geme por mais
Um cão ganiça
Um lobo negro uiva
O mendigo os atiça
No meio da noite
Um escravo do passado recebe
A sempre presente chibatada
Não há quem pague pelos crimes que comete,
Há apenas os suspeitos de sempre
No meio da noite
É a primeira vez que escuto
A sonoplastia da noite
Será que ela nunca esteve aqui antes?
Ou será que fui eu quem nunca estive
No meio da noite.