Então ela se calou, segurou as lágrimas e aguentou firme. Não podia gritar, se debater ou tentar fugir; ela queria viver, ainda nutria a esperança de um futuro na qual tudo isso fosse apagado. Continuou de boca fechada, mas esse apenas foi um passo para o que pensara ser um acidente. O que antes eram apenas xingamentos, transformou-se em tapas, seguidos de socos e chutes como punição. Então veio o controle, a submissão. Mas finalmente acabou, junto com o corpo encontrado no caixão.
Ela se tornou mais um número; uma história. Mais um número para a história Maria da Penha.