A Rua das Camélias amanhecia como os dias de maio e de dezembro, quando as abelhas orbitavam os amores-perfeitos do canteiro. Sentado nos tijolos vermelhos da calçada, o menino levava seu leãozinho amarelo para um passeio de bicicleta, de mãos dadas com o vovô e seu cachimbo.
Dentro de casa, era cheiro de café, de mamão cortado e de leite quente. Nunca quis ter piscado os olhos naquela memória perfumada pelo pé de maracujá no fundo do quintal. Quando o zumbido das abelhas foi embora e em maio começou a chover, percebeu: o café estava frio, e o leite, também.