Meu Sangue por Kitsune Ayanami

Meu Sangue

Kitsune Ayanami

Tipo: Lírico

Postado: 25/02/21 02:54

Gênero(s): Drama Poema Romântico

Tags: Angústia suicídio depressão

Avaliação: Não avaliado

Tempo de Leitura: 49seg a 1min

Apreciadores: 3

Comentários: 3

Total de Visualizações: 713

Usuários que Visualizaram: 11

Palavras: 133

Livre para todos os públicos

Notas de Cabeçalho

Lagrimas de dor na alma.

Capítulo Único Meu Sangue

Lagrimas vermelhas pelo meu corpo

Marcas que deixam sua história

Sentindo na pele, pois por dentro estou morto

Tristeza no coração e na minha memória

Eu tento esconder, eu tento cobrir

Quero evitar perguntas que não sei responder

Por isso eu me esforço para sorrir

Mas não consigo, só consigo sofrer

Poucos motivos me fazem tentar

E as vezes até mesmo eles se vão

As vezes eu quero mesmo mostrar

É, talvez eu queria chamar sua atenção

Enquanto aqui penso, eu sinto arder

E sinto também a velha tristeza

A dor de dentro é a que me faz sofrer

Meu coração é a minha fraqueza

Mais lágrimas vermelhas estão a chegar

Flutuam na pele como gotas de chuva no ar

Observo atento meu coração chorar

E penso se um dia isso vai mudar...

❖❖❖

Notas de Rodapé

Saem da minha pele

Apreciadores (3)

Comentários (3)

True Diablair Acadêmico

Postado 25/02/21 08:26 Editado 25/02/21 12:34

Este sem dúvida foi um dos poemas mais tétricos, mordazes e pesados que já tive de ler e tentar comentar em toda a minha existência, sem dúvida alguma, tanto pelo modo como o tema foi abordado quanto pela identificação que ele me gerou.

O sofrimento aqui é representado tanto com versos quanto atitudes de um modo extremamente destrutivo e isso é deveras assustador. E a maioria esmagadora das pessoas tende a se afastar do que lhes assusta, o que pode gerar ainda mais tristeza e mais dor, renovando e intensificando o ciclo de dor e potencializando ainda mais o perigo das resposta à ela. Logo, definitivamente esta linha de (re)ação é totalmente prejudicial para quem a pratica, pois só agrava o problema e faz com que haja afastamento ao invés de aproximação, infelizmente.

Mas, me é importante colocar alguns pontos em questão: o primeiro deles é que já havia uma tristeza/fonte de dor prévia, então é fato que enquanto ela não for devidamente identificada, confrontada e curada, a real raíz da penúria permaneceria ali independentemente da permanência ou mesmo da existência de outra(s) pessoa(s) que a atenuasse(m) (e cuja ausência agora a intensificaram).

Outro ponto é que, embora se sinta morto por dentro, o "simples" fato de estar sofrendo já prova que isso não é verdade, posto que mortos não sentem nada, seja bom ou ruim. E do mesmo jeito que pode se machucar, quem está imerso em tal angústia pode (e deve) se curar, por mais que isso lhe pareça impossível no momento (isso tanto é verdade que, com o simples passar do tempo, as próprias lágrimas vermelhas param de escorrer e se endurecem de modo a cessar o pranto rubro e fechar os canais lacrimais artificiais que foram abertos até que a dor eventualmente pára e o que eram feridas se transformem em cicatrizes).

Por fim, é inegável o quanto um término pode devastar completamente alguém (especialmente se esse alguém é a parte deixada para trás). Lidar com a falta que a pessoa faz e com os sentimentos negativos que isso causa é um imenso Inferno particular que não ouso desdenhar, minimizar ou criticar aqui, de maneira nenhuma. Todavia, estes versos evidenciam com absoluta clareza que às vezes precisamos buscar e aceitar ajuda para nos recuperarmos de modo a não nos (auto)destruirmos durante o período em que estamos imersos na dor, pois tendemos a tomar caminhos tortuosos, perigosos e ineficazes para lidar com tal adversidade (e tantas mais na/da vida).

Mil perdões pela bíblia, mas seu poema aborda um assunto muitíssimo polêmico, todavia é algo que precisa sim ser mostrado, debatido e, em última instância, externado de modo saudável e inócuo (no caso, com a escrita).

Qualquer coisa, o senhor sabe onde e como me contatar. Estarei às ordens, Sr Kitsune.

Atenciosamente,

um ser cuja alma pranteia há tempos, Diablair.

Monise Acadêmico

Postado 30/04/21 20:58

Muito triste, sem dúvida!

Você realmente conseguiu nos transmitir com perfeição a angústia do eu poético.

Obrigada por compartilhar conosco.

Meiling Yukari Acadêmico

Postado 15/10/22 11:44

"Eu tento esconder, eu tento cobrir / Quero evitar perguntas que não sei responder / Por isso eu me esforço para sorrir / Mas não consigo, só consigo sofrer"

Acredito que todo que já tentaram tirar a própria vida já sentiram isso que está descrito no poema... e é um sentimento horrível...