Tu, que me aquece o peito e joga-me no piso frio
Novamente está a aparecer em meus sonhos íntimos
Com rosas em teu colo, a pele desnuda
Olhos vítreos os quais me enchem de um horror sinistro
Minha dama, dizem que quem muito gosta não enxerga
Para mim és a mais bela, ainda mortífera
Arsênico em teus lábios, alfazema em teus cabelos
Tens por mim o que chamo de intrínseco desejo - e uma paixão por corromper
Fere-me a rosa no peito e as conchas no ventre
Corrói o rio de leite com tua felicidade idealizada
Ao banhar-te nas águas em neve queimando-as com teu ardor
Derreto-me por ti, ainda que desatine minhas marcas de dor
Querida, o gosto da luxúria quando toco tua superfície
Invade minha boca, inunda minha essência e arrasta minha casca para baixo
Quase morto nas pedras geladas, a névoa cobre meu corpo febril
Tremo por ti, amada e odiada
Amo por ti, companheira reverenciada.