Odeio lembrar que existo. Eu odeio a sensação de minha pele, odeio meus olhos melancólicos e meu sorriso morto. Quero fingir que nada sou e quero ser o que nunca serei – quero apagar minha memória, quiçá ser outro alguém. O que vejo no espelho não me agrada, talvez nunca tenha o feito.
Sou nojento, medroso e pior: sou tristemente só. Com um vazio irreparável, completamente fragmentado. Sou um monstro odiável, frustado e enraivecido. Como posso culpá-los se eu mesmo quero esquecer que existo?
Odeio-me, das lembranças ineptas à uma vida sem significado: sou um eterno lembrete de meu fracasso.