Para as nossas mentes,
Onde os fracos tentam
Quebrar os mais fortes,
Uma parábola.
Quando ouviu a decisão de morar na chácara mais afastada do velho córrego, onde nada de bom crescia desde os tempos de seu avô, o capataz da Fazenda Fernandes lançou, em palavras, os males do mundo contra seu único filho, já pela maldade do mundo coxo das duas pernas e meio cego de um olho.
De menino, numa época em que se esperava a morte, ele vivia colado à saia da mãe, que, contudo, morreu ainda na mocidade dos vinte e cinco anos deixando o marido com um menino fraco e um terreno bom, mas o primeiro minguou o segundo e nada saiu do roçado naquela safra nem no ano seguinte.
O pai obrigado a cuidar da criança, que os infortúnios do mundo deram e negaram a devolutiva, desistiu da chácara e virou um simples lavrador na fazenda acima do córrego. Não muito depois, casou-se, mas da nova esposa, filha de um amigo, as crianças nasceram mortas e até ela quase seguiu o caminho dos filhos e o capataz ainda menino viu seu pai aceitar o destino que Deus em sua crueldade lançava e pedir a anulação do casamento
Ao contrário, o capataz, realizado de seguir a doutrina régia herdada do pai, viu seu único filho já homem feito, um homem débil, verdade, frágil e dono por direito de todos os sinônimos existentes da incapacidade, e dos inventados, flácil, mirrado, enternecido, pedir a filha da filha da madrinha de sua mãe para casar-se, e viu a moça rir, e o infeliz insistir, fraco como era adquiriu a rejeição como amante e nem os melhores conselhos fizeram-no mudar de idéia.
Por milagre, a mulher cedeu à insistência e sabe-se lá Deus o porquê, pois o divino agiu naquele destino, casou-se com um homem frágil como capim seco, coxo das duas pernas e meio cego de um olho. E os dois decidiram em comum acordo partir da fazenda para testar a vida na chácara abandonada, e o maldizer fora lançado, como já dito, mas foi o capataz quem ainda naquele ano, perseguindo um fugitivo da fazenda, cairia do cavalo e perderia a firmeza das penas.
De tanto desgosto, escreveu numa carta o arrependimento de nunca ensinar o filho a ser forte, como seu pai o ensinou, e, por fim, o capataz da fazenda renunciou a própria vida.