Apenas começa.
O sisear agudo e grave de notas iguais e timbres diferentes — a música que aprendi a tocar e a ouvir e a esperar — desaparece.
E apenas começa, indecifrável, trazendo a paz? Escondendo o desprezo? Oferecendo a sabedoria? Protegendo o orgulho? Curando a decepção? Criando uma imagem?
O maestro baixa as mãos.
A partitura dobrada.
O mundo se cala.
A boca fechada.
Já não há música.
Já não há nada.
Apenas ele existe, indecifrável.
E num momento da intuição, quando a última onda — vibração das cordas de um violino — se emudece, tento escutar o que me diz o silêncio...