Totalmente natural que houvesse aquele falatório com seu nome, afinal, era aquela que foi presa por causa de um crime quase perfeito. Quase perfeito ! Então ela se lembrou que ainda estava presa. Que desordem, que maldição. Sabia que tinha algo de estranho. Porque só ela estava ali, porque seu comparsa no crime não foi preso? Matheus, o vendedor da joalheria, não foi pego.O conhecia, e ele era mestre em arrombamento,e agora, presa ali, sem nenhuma forma de se soltar da armadilha que caiu, como uma presa facil, já não tinha mais nenhuma esperança de redenção.Era uma ladra e por sinal, a mais cotada na publicidade da cidade no momento. Foi pega de surpresa, ao sentir que fôra envolvida nesse plano, simplesmente porque adorava aventuras, o perigo.Não imaginava que teria um preço caro a pagar por tamanha ousadia. Ela que apreciava os bons costumes, que andava de cabeça erguida. Como faria agora? O que seu noivo, o lindo filho único da justa prefeita da cidade, iria fazer? Foi exatamente nesse exato instante que sentiu um beijo quente em seu ouvido, e abruptamente deixou cair o anel de brilhante com pontos de rubi , acordando daquele insano devaneio, e escutou a voz acariciante de seu noivo, dizendo-lhe:
-E ai, Rê, pára de sonhar com nosso casamento e escolhe logo esse anel!