Pacientemente Cortejada
Monise
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 30/11/20 01:54
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 12min a 16min
Apreciadores: 3
Comentários: 2
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Palavras: 1961
Este texto foi escrito para o concurso "50 Tons de Erotismo" A proposta é escrever um texto o qual deverá ter como tema o erotismo e a sensualidade. Ver mais sobre o concurso!
Não recomendado para menores de dezoito anos

Esta obra participou do Evento Academia de Ouro 2020, indicada na categoria Erótico ou Adulto.
Para saber mais sobre o Evento e os ganhadores, acesse o tópico de Resultados.

Notas de Cabeçalho

Decidi entrar de última hora. Espero que este conto possa ter atendido às expectativas...

Capítulo Único Pacientemente Cortejada

Ela vivia numa correria buscando o pão de cada dia... Um telefonema e lá ela ia, ajeitava algo pras crias, beijava-os e partia.

Dia após dia perdida entre giz, tinta, lousa, quadro, dura a vida de professora, duro sustentar seus três preciosos tesouros com o parco salário...

Mas assim era a vida e assim ia, brincava, sorria, vivia para os filhos esquecendo-se de si.

Nova oportunidade de ganho, aula particular, poder ganhar 4 horas de trabalho em uma... Maravilha, merecia esse descanso!

Se dedicou, a aluna amou e a recomendou a uma amiga e lá ia ela, uma vez por semana a casa da nova aluna.

A aluna, depois de tantos anos, logo iria ler e escrever tudinho e a professora entre as idas e vindas, voando a pé pelas ruas, foi notada...

Primeiro ele disse bom dia e ela retribuiu várias vezes.

Depois ele puxou conversa e soube das aulas às quartas-feiras.

Com o tempo as conversas depois das aulas ficavam maiores: política, economia, religião, uma coisa ou outra na TV, até aquele dia...

Naquele dia, ela tinha perdido o sono, demorando-se mais no banho, lavou o cabelo e saiu com ele solto.

Ao passar por ele logo ouviu: " Como você está linda, seu cabelo fica tão bonito solto!"

Ela assustou, corou, nem sabia como responder ao elogio, agradeceu e saiu correndo! Tanto tempo que não a viam que ninguém a notava...

Naquela noite só lembrava do sorriso dele quando viu ela sem jeito e com o rosto queimando. Sentia algo estranho, seus lábios ardiam, o coração disparava, que era aquilo?! Balançou a cabeça desvanecendo os estranhos pensamentos...

Na outra semana só deu um rápido bom dia, instintivamente fugia, sentia-se corar ao lembrar do elogio e ao mesmo tempo sentia-se ridícula por toda aquela reação por tão pouco... Mas faziam tantos anos que ninguém a notava, só trabalhava, ninguém a via...

Na volta olhou para a loja, como ele estava a atender um cliente, ela seguiu seu curso, mas qual não foi a sua surpresa quando na esquina foi alcançada?!

"Ei meu anjo, não vai me dizer bom dia?!"

Por essa ela não esperava! Corou novamente e estremeceu...

"Ah, você estava com cliente, não quis incomodar..."

E ao pé do ouvido: "Você jamais me incomodaria, meu anjo de olhos verdes!"

"Ok, vou indo, estou atrasada..." e saiu correndo, pode ouvir ele rindo.

A noite, deitada, se xingava: Como podia ser tão pateta?! Onde já se viu, correr assim?! Não era adulta, não era livre e desempedida?! Prá quê tanto medo???

Mas era tão novo, tão inesperado, fazia tanto tempo...

Agora sempre se atrasava e passava correndo em frente a loja, "bom dia" rápido como um raio e na volta a esfarrapada desculpa "estou atrasada", pois o medo a dominava!

Naquele dia ele insistiu: "Vem aqui, senta, vamos conversar, para de fugir de mim!"

Ela respirou fundo, sentou só para provar que não estava fugindo, é claro!

Ele sorria, conversava como de costume e ela com o coração a mil.

"Seus olhos são lindos, sabia?! E amo os seus cabelos".

Que ódio, sentiu o rosto queimar na hora!

"Estou em cima da hora, vou indo.."

"Para de fugir, mulher difícil! Vamos comigo comer uma pizza!"

E segurou as mãos dela: "Que pequenas! Parecem mãozinhas de criança" e aí reparou "Nossa, seu pé é pequenino também!"

E de novo ela saiu correndo, realmente ela não era difícil, estava é difícil para ela se permitir ser mulher...

A aluna foi viajar e ela ficou dois meses sem aparecer, quando retornou, por puro medo, resolveu ir pela outra rua, mas ele a viu e chamou de longe, ela só acenou e foi firme no seu passo.

Na volta oh tortura, ia ficar feio passar pela outra rua...

"Bom dia, meu anjo! Por quê você foge tanto de mim? Eu não mordo, sabia?!"

E chegando junto ao pescoço dela, "Na verdade posso morder onde você quiser..." Ela se sentiu umidecer e ele lhe deu um beijo na face.

"Deixa eu te dar um beijo, um só?"

"Mas e se chega alguém?!"

"Entra, senta, se acalma, você sabe que quase ninguém vem aqui essa hora".

Ela entrou, sentou no sofá e ele delicadamente segurou seu rosto e lhe deu um beijo ardente de desejo.

Ela se assustou, corou e pra variar saiu correndo. E ele riu pela centésima vez...

Mais uma semana e ela exausta, ao passar de manhã a loja estava fechada, teria acontecido alguma coisa?!

Deu a aula, como de costume e na ida foi num misto de preocupação e desejo, bem que queria outro beijo...

Ao chegar na loja lá estava ele, sorrindo como sempre e já sentado no sofá.

"Bom dia meu anjo!"

Bateu no sofá, ela foi, se sentou e ele já veio logo beijando afobadissímo.

"Calma! Vai com calma! As coisas não são assim..."

"E como seriam???"

"Vai um pouquinho mais devagar..."

"Meu anjo, se for mais devagar do que tenho ido, aí para de vez..."

"Então tá bom!" e saiu brava e vermelha.

Entretanto não estava brava com ele, mas consigo mesma por ser assim tão exitante, tão tímida...

Que ódio sentia de si mesma... Por quê ser assim?!

Não estavam no século passado, não precisava de tudo aquilo...

Estava ardendo de desejo, fato! Então por quê cargas d'água não se permitia?! E sofria e se xingava na solidão do quarto escuro...

E veio o sonho, aquele sonho...

Aquelas mãos másculas a acariciavam por sobre a blusa, brincavam com o bico do seu seio, enquanto aqueles lábios quentes percorriam o pescoço, a nuca, as costas...

De repente as mãos tiraram a sua blusa e entraram dentro do soutien, apalpando, apertando e ela sentia-se morrer de prazer.

Logo ele veio de frente, beijos cada vez mais longos e quentes, tomando seus lábios, enquanto a mão se aventurava dentro de sua calça e explorava os pêlos, apertava a púbis e depois entrava pela vagina.

Era tanto prazer que chegava a doer...

E ele tirou o restante da roupa dela e a apreciava, gozando da visão do corpo nu.

E ela finalmente tomando coragem, tirou a camiseta dele, mordiscou-lhe o peito, e começou a acariciar-lhe o pênis.

Ele sorria ao vê-la corada, as faces quentes, os olhos brilhando o corpo em êxtase.

E quando finalmente estavam ambos nus, ela se deitou com as costas na cama, ele pronto, vindo e beijando-lhe o sexo...

O despertador toca anunciando novo dia de trabalho.

Acordou molhada, desesperada de desejo! Se masturbou gozando as últimas cenas do sonho...

Que delícia, que gozo, mas queria mais, queria de verdade! E estava tão longe a quarta-feira...

Ah vontade de passar pela loja, como quem não quer nada, jogar conversa fora, dar a volta no quarteirão e voltar por outro caminho...

Será que a pizza ainda estava de pé?

Ela bem sabia que não era pizza que eles queriam comer...

Tomou coragem e foi até a loja. Ele estranhou vê-la por ali naquele dia. Ela deu uma desculpa qualquer, conversaram um pouco e ela foi embora. Ele sequer tentou beijá-la! Será que ela fora tão difícil que ele tinha perdido o interesse?!

Bem feito prá ela, agora se recriminava, ninguém mandou ser tão idiota e tão medrosa...

Chegou a quarta-feira, foi a casa da aluna pela outra rua, se sentia ridícula por ter ido ver ele aquele dia...

O dia foi triste, a aluna se despediu, ia viajar de novo, só que agora por três meses. Estava chateada, aquele dinheiro faria falta...

Foi embora pelo caminho de sempre, triste, o mundo pesando nas costas, passou em frente a loja.

"Bom dia, meu anjo! Você parece triste... Senta aqui um pouquinho".

Ela se sentou, ele pegou suas mãos e as beijou carinhosamente, depois deu em seus lábios um beijo quente e calmo.

"Você está muito tensa, meu anjo. Se você viesse aqui em casa comer aquela pizza eu poderia te fazer uma massagem deliciosa!"

"Que horas você fecha a loja?"

"Por volta das 19h meu anjo".

"Então por volta das 20h eu venho. Tudo bem prá você?"

Ele olhou para ela num misto de surpresa e curiosidade e respondeu: "Claro! Pode vir hoje sim!"

Ela saiu correndo pela centésima vez e ele riu como de costume.

A professorinha passou o dia na expectativa. Só podia estar louca! Como assim?!

Entretanto queria sentir, queria se permitir viver essa experiência...

Não era maior de idade, livre e desempedida?! Por quê não, então?!

E se xingava por ser desse jeito, por ser tão tímida e ter tanto medo, entretanto falou que iria e agora não voltaria atrás...

Chegou do trabalho, tomou um gostoso banho, se perfumou, vestiu a lingerie vermelha, que era a mais nova que tinha, soltou os longos cachos, olhou no espelho e gostou do que viu. Vestiu o vestido jeans azul escuro, passou seu batom preferido. Estava pronta, pronta e louca, louca principalmente de desejo...

Se despediu dos filhos, disse que iria numa confraternização da faculdade e que chegaria tarde. Beijou cada um deles, deu mil recomendações e foi.

Chegou a casa dele e chamou ele abriu a porta surpreso.

"Nossa meu anjo! Você veio mesmo!!!"

"Ué, não falei que vinha... Mas se tiver algum problema, vou embora! Se você tem namorada, esposa ou outra coisa, já vou indo, não quero saber de encrenca..." e ela já ia fugindo...

"Calma, meu anjo! Eita mulher brava... Só estou surpreso, nunca pensei que você realmente viesse. Você fugiu tanto que eu já estava desistindo..."

Ele abriu o portão e a levou até a sala. A casa era simples, muito limpa e organizada e sem nenhum toque feminino ou sinal de mulher.

Sentaram no sofá, ele tentou conversar, mas ela mal respondia, então, virando-se para ela lhe deu um suave beijo e começou a acariciar-lhe o rosto.

Depois foi beijando o pescoço, a nuca e as mãos começavam a passear pelo seu corpo, mordiscou-lhe os seios e começou a abrir os botões do vestido. A cada botão mais carícias e mais beijos e ela timidamente ia retribuindo acariciando-lhe a cabeça, o tórax e beijando-o.

Ele tirou a parte de cima do vestido e mordeu seus seios sob o soutien.

A mão foi por dentro do vestido e começou a acariciar-lhe o sexo.

Ele olhou e encontrou seu rosto vermelho num misto de medo e desejo.

"Calma meu anjo! Eu vou bem devagar, não farei nada que você não quiser..."

E ela o beijou com ardor.

Terminou de tirar-lhe o vestido e a apreciou de lingerie. Olhava-a com os olhos quentes de desejo...

A pegou pela mão e a conduziu ao quarto. A deitou na cama e continuou brincando com ela ainda de lingerie. Ele foi acariciando sua vagina, tirou sua calcinha e brincou com o seu sexo de um jeito que ela nunca experimentara!

Não aguentando mais ela gemeu de prazer e gozou na boca dele.

Ela estava radiante, o cobriu de beijos, tirou a roupa dele e o acariciou, foi beijando, sugando-o e mordiscando.

"Ah meu anjo, vejo que você está se lembrando de como é..."

Ela chegou até o pênis dele, lambeu, mordiscou, sugou...

"Calma, meu anjo, se não assim eu não aguento..."

Ele tirou-lhe o soutien e a cobriu de beijos e de carícias, quando viu que ela estava pronta entrou com cuidado dentro dela, estava muito fechadinho...

"Devagar querido, por favor, faz muito tempo..."

Ele a acarciou mais, lambeu-lhe toda, chupou e ela gozou de novo...

Ele sorria cada vez mais conforme ia vendo que ela se soltava...

Finalmente conseguiram e juntos chegaram ao êxtase.

Ele a abraçou, conversaram e depois ele a massageou com óleo perfumado e transaram mais algumas vezes, até que ela resolveu ir.

Tomaram banho juntos, ele a acariciava e beijava...

Naquela noite não comeram pizza, mas se saciaram de algo muito mais gostoso...

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Apreciadores (3)
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Postado 13/12/20 20:54

Srta. Monise! Srta. Monise!

Estou até sem fôlego após essa leitura, Santíssimo!

Esse foi um texto realmente incrível, que nos presenteou com uma linda história! Tudo isso foi tão emocionante que me fez vivenciar cada cena com o máximo de proveito. A história de uma mulher que ao longo dos anos foi se esquecendo de ser mulher, pois a vida, a rotina de trabalho, o cuidado com os filhos, tudo isso a fez ir se esquecendo de si própria ao longo do tempo...

Gostei muito desse tema abordado aqui, pois essa é a realidade de milhares de mulheres ao redor do mundo. E depois que o passa, mesmo que a vontade de mudança venha, junto com ela vem o medo que cega e paralisa... Igual a protagonista.

Foi muito bonito ver ela aos pouquinhos começar a se interessar pelo homem, e o mais bonito de tudo foi ir vendo o processo descrito pelo título: o de ser pacientemente e carinhosamente cortejada!

Em especial gostei da parte do sonho erótico que ela teve, pois essa foi a confirmação da qual ela estava precisando para abrir novamente as portas de seu desejo e de sua sexualidade, para se entregar novamente.

E quando o momento chega... Que momento mais lindo e mais delicioso de ser lido! Com toda certeza é uma cena capaz de fazer os leitores entrarem de cabeça na história e apreciarem toda a cena como se fossem expectadores ao vivo de tudo que estava acontecendo ali!

Muito obrigada, do fundo do coração, por ter participado do concurso! Dizem que o gol feito aos 45 do segundo tempo é o gol com mais emoção!

Um grande abraço <3

Postado 13/12/20 20:47

Srta Monise, sua participação de última hora foi de tamanha qualidade que fico a me perguntar que tipo de obra prima a senhorita nos disponibilizaria se tivesse decidido concorrer com um pouco mais de antecedência. Embora haja mínimos erros no texto (que em nada compromentem o entendimento nem maculam a atmosfera do mesmo), o teor dele é de uma magnitude e graciosidade absolutamente inegáveis e de uma fluidez impressionante.

A maneira como a autora abordou o tema proposto foi mais que acertada e, unindo isso ao esmero tanto nas descrições quanto na narrativa em si, temos um conto repleto de erotismo, sentimento e até mesmo reflexões, tudo muito bem alinhado de modo a incrementar gradualmente a expectativa dos leitores até brindá-los com um clímax ardente, belíssimo, explícito e muito bem narrado, que sacia ao mesmo tempo que deixa aquele gostinho de "quero mais" tão precioso e bem vindo!

A autora demonstrou uma maestria ímpar no que concerne à ambientação, bem como o desenvolvimento tanto dos personagens quanto do relacionamento entre eles, gerando uma tensão emocional deveras poderosa que nos envolve e instiga em um ritmo crescente e totalmente aprazível, tornando a obra irrestivelmente sublime e encantadora. Ao término da leitura, fica no íntimo a certeza de que tudo aquilo é o exato tipo de inestimável experiência sexual e de vida que poderia (ouso dizer DEVERIA) ocorrer com quaisquer leitores. Excelso, simplesmente excelso!

Ademais, meus sinceros parabéns e agradecimentos por prestigiar nosso modesto concurso com sua participação, Srta Monise! Gratíssimo, gratíssimo!

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