Tempo e amor. Duas palavras completamente abstratas, não palpáveis. Mas compreensíveis. Até mesmo crianças são capazes de entender a beleza magnifica do sentimento e da grandeza física. Contudo, seriam os seres capazes de perceber que amor é tempo? Entretanto, tempo não é amor?
- Ora, como assim não me entendeu? Tudo bem, eu sei. Vocês são mesmo limitados. Explicarei. Qualquer um que passou pela adolescência conhece a grande e incalculável dor que se torna o primeiro amor. Inclusive, são aí que surgem essas baboseiras a qual vocês chamam de poesias, poemas e tudo isso mais. Mas você não amou aquele garoto a primeira vez que o viu sorrir, nem a primeira vez que o beijou. Isso foi construído dentro de você. Com o tempo. E também foi este que fez com que você superasse quando o viu beijar sua melhor amiga. Eu, particularmente, acredito que Einstein foi o ser humano que chegou mais perto de entender a realidade perfeita por detrás das crendices as quais foram sentenciadas anteriormente. Pois, de fato, tudo é referencial. Um dia pode parecer passar em questão de minutos, desde que você o aproveite intensamente. Enquanto que podem se passar semanas em 2 horas, se o coração pesar. Inclusive, há quem diga que o tempo não existe, que somos nós que o inventamos e tentamos controla-lo com nossos relógios e calendários. E posso te dizer que isso é parcialmente verdade. É apenas um conceito para aquilo que definha a vida e o observa ao horizonte. E é muito mais fácil entende-lo se puder tê-lo a palma da sua mão (ou no pulso). Se controla o tempo, por conseguinte, se controla o amor.
E, no final, não é tudo sobre isso? Reles mortais desesperados por sentir, por viver algo não platônico, pouco importa se é real ou não, se machuca ou não. Basta sentir. E, ah, querida amiga, aí está a magnifica beleza a qual te contei. Pouco importa quanto tempo se passou ou passará, já que é de conhecimento geral que é preciso viver. Ou sobreviver. Mas já o amor, porém, é contagioso, com especialidade na solidão. Uma vez que se o experimenta, se torna uma droga a qual o ópio sente inveja. Ele penetra cada célula do seu corpo, invade cada espaço do seu pulmão. De forma, que é tudo que você sente e respira. E você se vê desesperado para conseguir suprir esse vício, seja da forma que for. Mas mudanças acontecem de maneira certa e natural e, acredito eu, que a essa altura você já entendeu quem é o responsável por isso, certo?
-Sim. O tempo, eu já entendi! Você deve ter dito umas cinquenta vezes! Entenda, por favor, é difícil pra mim estar aqui, nessa posição. Estou dilacerada, despedaçada e desencantada. Me perdi de mim mesma e, com certeza, eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: -Em que espelho ficou perdida a minha face? Chega de rodeios, me diga!– ralhou a doce menina, a qual a Morte não conseguia perder a paciência, por pura pena.
- Oh, querida Hazel. Ainda não se lembra? É por isso que você está aqui. Acredito que seu último reflexo ficou perdido no tempo, preso nos olhos daquele que você amava. Quando ele, em uma crise de ciúmes, esfaqueou o seu rosto. Sinto muito, mas por mais que eu crie todas essas teorias para poder entender, não adianta: os seres humanos me assombram.