Posso notar sua confusão
Em meio à profusão
De lágrimas e gritos
Que com indiferença assisto.
Eu planejei direitinho:
Nenhuma ajuda a caminho.
Neste local abandonado,
Seu deus olha para o outro lado
E me deixa à vontade
Para eu ser EU de verdade
Mas, continue rezando,
Chorando e implorando,
Pois só eu estou te escutando
E nada disso vai me impedir
De literalmente te destruir...
É bem gostoso, até
Quando facadas se misturam com fé
E uma súplica ou oração
Se transforma em urros sem comparação.
Sabe, é a trucidação
Que quase me acelera a pulsação...
O mais perto que sinto
De estar vivo
É quando a lâmina enrubrece
E o corpo padece
Se esvaindo
Enquanto sigo sorrindo
E golpeio com maestria
Buscando epifania
E equivalente em euforia
À intensa hemorragia...
Isso, tente se proteger
E me deixe ver
Sua carne se abrindo
Músculos e ossos se exibindo
Como que flertando
E me incentivando
A te rasgar mais ainda
Deixando essa cor linda
E aquecida nos banhar
Até você não suportar
A perda de tanto sangue
E tudo se resumir à pane
Que seu corpo e mente
Mergulharão tão fundo
Quanto minha faca em você!
Ah, se pudesse conceber
O quão feliz eu posso ser
Agora que te despedaço
E na sua dor me comprazo!
Obrigado por ter nascido...
Obrigado por ter crescido...
Obrigado por ter me encontrado...
Obrigado... Obrigado! OBRIGADO!
E o que mais me anima
É que nos resta ainda
O artesanato e a culinária por vir
Depois de tudo isso aqui...
Eu ei de te consumir
Em todo e qualquer aspecto que existir!