Ela nasceu chorando, era saudável, seu primeiro ano foi comum.
Aos dois anos, ela era igualmente comum.
Aos três, ela foi para escola, continuava comum.
Aos quatro, ela ainda era comum.
Aos cinco, ela aprendeu a ler sozinha, pois era sozinha.
Aos seis, o pai dela foi embora e ela começou a desenhar.
Aos sete, a mãe dela não tinha dinheiro. Então ela criou brinquedos com papel.
Aos oito, um dos irmãos dela, a ensinou como descer as escadas pelo corrimão.
Aos nove, ela passava os dias desenhando.
Aos dez, ela passava os dias lendo.
Aos onze, ela fez sua primeira amizade.
Aos doze, ela levou a primeira bolada no rosto e foi obrigada a fazer caligrafia.
Aos treze, ela foi chamada de antissocial.
Aos quatorze, ela teve sua primeira paixão e decidiu ser professora.
Aos quinze, ela teve seu coração partido e deu sua primeira aula.
Aos dezesseis, ela escreveu um romance e gritou com alguém pela primeira vez.
Aos dezessete, ela era considerada um prodígio.
Aos dezoito, ela formou-se professora e seu pai não apareceu.
Aos dezenove, ela entrou na faculdade e seu irmão morreu.
Aos vinte, ela descobriu que a vida é mais que uma linha reta.