Ana estava tão idosa, já havia perdido a audição desde muitos anos atrás...
Mas antes mesmo de perder sua capacidade auditiva, ela já havia perdido coisas demais.
Perdera seu marido que tanto amou, pois a doença havia levado ele embora. E junto dele, os filhos se foram também.
Ana nunca entendeu o motivo, mas os filhos a culparam pela morte do pai...
Então teve que envelhecer sozinha, e agora estava com 96 anos, decrépita, surda, quase cega, e injustamente abandonada naquele asilo que tratava os idosos como animais.
A pobre Ana nunca perdeu a fé em ver novamente seus filhos, mas eles nunca iriam voltar, e ela morreria definhando de tristeza, e sofrendo com os maus tratos das enfermeiras.