Numa negra noite avarenta,
Sob uma fraca lua inerte,
Em seu breu entorpecente.
Corpos de tempos passados,
Carcomidos pela Terra
Alimentam seus descendentes,
Tal qual em outras eras.
O relógio, atrasa-se, revendo o passado,
Embola-se no espaço,
Tamanha confusão para a quântica,
Compostos rochosos flutuam,
A velocidades alarmantes, colidem,
A poeira cósmica enaltece o vácuo,
Já não tão sozinho,
Enriquecido por restos de gigantes,
Na imensidão, a gravidade se impõe,
A matéria se repõe,
E nós, esqueletos providos de raciocínio...
Ah, nós sonhamos.
Não há maior dádiva,
A razão cede ao doce gosto do otimismo,
A emoção sobressai-se, o pensamento,
Outrora cartesiano,
Abre-se para as interações,
Entre planos e estados ao acaso,
Basta com o descaso!
Amamos com veemência,
Subordinando o infinito
À nossa humilde existência.