Cá estamos novamente, eu e os meus demônios, prontos para mais uma noite;
Um gole de uísque não basta para aquietar os gritos deles, é preciso mais de um, mais de cinco, mais de dez...
Já foram quinze goles, mas os demônios insistem em me acusar, insistem em me lembrar dos gritos daquele pobre homem que assisti tirar a própria vida, na ânsia de dar um fim a dor que lhe causei;
Uma garrafa.
O rosto do homem ainda está na minha mente, a lembrança faz minhas mãos tremerem;
Duas garrafas.
O rosto do homem dá lugar ao rosto jovem de minha mãe que teve o mesmo fim, me forçando a lembrar de suas últimas palavras;
Três garrafas.
Os demônios ainda estão aqui, mas desta vez eles me conduzem a um abismo.
Por que tudo está embaçado?
Metade da quarta garrafa.
Não sinto minhas pernas...
Não sinto minhas mãos...