Todas as palavras ecoam em minha mente,
Minhas próprias palavras me fazendo afundar.
Teria sido um sonho deprimente?
Eu não quero mais acordar.
Ainda sinto suas mãos em meu corpo,
Percorrendo tudo que não lhe foi permitido.
Em cima de mim, monstro pervertido.
Eu não quero mais me calar.
Me lembro dos seus sorrisos enigmáticos,
Dos seus abraços e da sua afeição por mim,
Quem poderia imaginar que um rosto tão carismático
Se tornaria o início do meu fim?
Eu era só uma criança quando tudo começou.
Inocentes brincadeiras começaram a ruir
Os toques tornaram-se estranhos,
Assim como a maldade em seus olhos castanhos.
Eu não quero mais sentir.
Mamãe sempre me ensinou que ninguém poderia me tocar,
Então por que você me desrespeitou?
Não havia carinho ou atenção
Na maneira como em seu colo você me ajeitou.
Eu sentia que algo estava errado, era nojento.
Mas você me ameaçou.
E eu me afoguei na autodepreciação.
Ninguém percebeu que naquela época eu me retraí,
De menina feliz eu me tornei assustada.
Sofrendo sozinha, totalmente calada.
Anos depois entendi que a culpa não era minha,
Mas a minha mente já havia mudado,
Mesmo você sendo o único culpado.
Eu não quero mais sofrer.
Eu só quero viver.
Deixe-me contar a minha história,
Deixe-me evitar que aconteça o mesmo com você.