Aquele infeliz roubara sua vida, sua alegria, seus sonhos... Graças a ele sua doença ia muito além do corpo...
Quando conseguiu fugir do cativeiro e procurou a polícia, ninguém quis dar-lhe ouvidos, achavam que F estava a difamar um cidadão de bem.
Que absurdo! F bem sabia dos dias que passou sendo violentado e torturado! Sentia náuseas e horror...
Mas aquele maldito haveria de pagar, mais cedo ou mais tarde, mas se dependesse de F, quanto antes melhor!
O maldito estava envelhecendo, ia vigiá-lo bem de perto! Estava até a cursar enfermagem para poder levar a cabo sua vingança...
Os anos passaram, F mudou de nome, de aparência, só não mudara de objetivo: aquele maldito iria pagar!
Durante muito tempo F foi investigando o maldito: fotos, filmagens, provas, coisas retiradas do lixo do maldito.
A polícia nem teria muito trabalho. Colocou tudo num envelope e mandou não só para a polícia, mas para as redes de TV. Foi o escândalo do século!
O julgamento durou dias e o maldito por conselho dos advogados fingiu insanidade e foi mandado a um manicômio judicial.
O maldito achou que ficaria bem, mas mal sabia que caíra numa teia habilmente preparada! F era o enfermeiro chefe ali.
Logo F começou o seu joguinho, dopava o maldito num nível de paralisia, mas com consciência e falava-lhe ao ouvido:
_É maldito, você me torturou, abusou e tirou a vida de mim. Agora eu vou te tirar a liberdade, você me torturou, agora é a minha vez! A prisão que lhe preparei é bem pior que a morte...
Tocando gentilmente nós cabelos do maldito, aplicou uma injeção no couro cabeludo, trabalho limpo, sem marcas.
O maldito sentiu o líquido penetrando em suas veias, a dor era enlouquecedora, mas nem era capaz de gritar.
No outro dia acordou arrasado, todo o corpo ainda queimava por dentro! Tentou reclamar, sem chance de alguém lhe dar atenção.
Era um louco delirando com certeza!
Tentou avançar contra F, tentando sufocá-lo, só piorou sua situação... Solitária prá o maldito e eletrochoque. Outra vez o quis acertar com o rodo, falhou novamente e ficou uma semana com camisa se força...
E à noite F ria sadicamente de suas frustradas tentativas, falando-lhe ao ouvido sobre todos os crimes que ele, o maldito, havia cometido.
Muitas noites a tortura se repetia, com os mais diversos líquidos e o maldito definhava e ninguém o ouvia...
Mulltiplas dores e tormentos, até quando? Estava ali preso, não havia como fugir... Ninguém lhe dava atenção!
F à noite tia e perguntava qual era a sensação de ter perdido toda a credibilidade.
Seu tormento só crescia, noite e dia! Chegou a um ponto que só o ouvir a voz macia de F lhe causava terror e tremor. Até se urinou algumas vezes, quando cruzou com ele no banho de sol...
Seu tormento não tinha fim, seu algoz, sem chance de ser sequer suspeito...
Quem poderia suspeitar do melhor funcionário do hospital, homem risonho, bondoso, amável e honrado pai de família?!