Hoje me lembrei de você. Lembrei daquele nosso tempo de criança correndo pelos campos verdes, passeando de mãos dadas sob o céu límpido e azul, despreocupado com a realidade, sonhando com um futuro na qual vivenciaríamos juntos... Lembrei de você, aquela linda menina com os pés sujos de terra, com um singelo sorriso no rosto que contagiava e emocionava até os corações mais frios.

Recordei da nossa inocência, onde a maldade e a culpa não nos alcançavam, onde nosso singelo amor era mais que real, onde estávamos libertos em nosso mundo particular. Será que tudo não passou de uma almejada utopia para mim? Apenas para mim?

Lembro de nossa juventude onde estávamos felizes e completos; o nosso amor era forte e belo. Meu amor só crescia por você, a razão de toda a minha existência.

Mas você não está mais ao meu lado.

Era tudo tão menos complicado. Mesmo quando você pela primeira vez partiu meu coração e eu não notei, mesmo quando me disse um até logo sabendo que nunca mais iríamos nos encontrar, mesmo fazendo promessas na qual nunca viria a cumprir... Mesmo assim, era tudo tão menos complicado, tão menos excruciante.

Aquele dia – o dia da nossa separação para sempre – foi o de minha morte. O dia em que o destino apagou sua existência da minha vida pela eternidade. Eu não queria chorar, mas não pude evitar. A saudade é grande, e a dor é insuportável.

Hoje, ante ao mar, assemelho-me a ele. Um olhar superficial diria o quão calmo ele parece estar, todavia, um olhar observador notaria que por detrás de toda a calmaria, há uma intensa inquietação, prestes a sair de seu abrigo.

Dizem que o primeiro amor é o que predomina. Infelizmente, é verdade. O amor predomina, mas raramente a pessoa se faz presente. E apesar de tudo, este amor continua aqui, intacto, intenso, na incerteza se um dia será correspondido.