Mesmo depois de tanto tempo ainda amo-te
Amo-te com a lembrança
Amo-te com o pensamento
Amo-te com o sentimento que transcende o tempo...
Nunca o toquei, nunca sequer lhe falei de meu amor
Insegurança, medo, pudor?
Crença de insuficiência
Amor platônico, deveras...
Amo-te, porquê para mim
No caos de minha vida eras:
Amigo, confidente, apoio
Brisa fresca no verão
Em ti encontrava carinho
Contigo havia companheirismo
Diversão, refúgio
No entanto, nunca falei-te de amor!
Como a ti queria
Como com um beijo teu
Sonhava
Conversar contigo
Me animava
De mim tu tiravas
O melhor que podia florescer!
Conversávamos, saímos juntos
Tu sempre me convidavas
Saraus, palestras, peças...
Mas nunca me falaste de amor
Por isso, meu medo e pudor...
Amo-te por todos aqueles doces momentos!
Pensamentos, sentimentos, poemas
Que fizestes florescer
Desenhos, pinturas, ternuras
Mas que nunca dividi com você...
A vida ou eu, quem sabe?!
Me separou de ti...
Lembro, ainda com o coração ardendo
Quando fui lhe dizer adeus...
Pedi para tocar em sua barba e também nos cabelos teus
Lhe contei que me recordava de quando o primeiro fio de prata nasceu
Você riu e não me disse nada.
Ah, seus cabelos
Que sonho...
Tive-os em meus dedos!
Senti teu cheiro, tão bom, tão perto...
Como tantas outras vezes...
Esperei um beijo, que não veio
Então me despedi e parti.
Anos depois nos encontramos
Tens ainda mais fios prateados
No entanto não temos mais encanto
A distância ou será o tempo?
Acabou com aquilo
Que nunca foi realidade
Saudade...
Ah como o queria...
Amo-te como eras
Sério, sábio, inteligente...
Ainda hoje na minha lembrança
Amo-te mesmo a saber
Que NÓS nunca irá acontecer.