Balançava-se de um lado para outro de forma perturbadora, enquanto balbuciava algumas palavras - “Perfeito, incrível, magnífico.” – repetidas vezes. Ria descontroladamente enquanto era amarrada a uma cadeira. Seus olhos eram vazios e sua expressão assustadora.
- Foi perfeito, incrível, magnífico. – Continuava a repetir enquanto balança-se com mais intensidade.
- Poderia descrever o que foi tão perfeito? – Uma voz ecoou fraca em sua mente.
- Magnífico, incrível. Os olhos, os olhos verdes rolaram nas órbitas, mas eles perderam a cor. Foi triste, eu gostava do verde. Perfeito, extraordinário. – Olhava para o teto branco como se lembrasse da cena que acabara de descrever.
- O que mais aconteceu?
- Ela me viu, olhou fascinada para aquela coisa metálica em minhas mãos. Desejava, eu sei que desejava. Seu corpo gritava por aquilo. Eu ouvi. Atendi ao pedido mudo. Foi incrível. A faca foi bem fundo, sei que foi. Rasguei-a de baixo para cima, enquanto seu olhar intenso me envolvia e suas tripas vinham para fora. Excitante. – Salivava enquanto revivia aquele momento em sua mente perturbada.
- Continue! – Ordenou a voz.
- Inacreditável. Ela parecia não acreditar que tudo aquilo estava acontecendo e eu não pude acreditar na cena tão satisfatória que meus olhos permitiram-me ver. – Ria tanto que chegou a engasgar-se. – Meus dedos, eles foram machucados. Não, eu os machuquei... Não pude deixar que ela tivesse toda a diversão sozinha. – Tentava olhar para suas mãos, mas seu balançar não permitia.
- Por que ela?
- Eu só queria quebrar, despedaçar, destruir por completo. Eu fiz. Sim, eu fiz isso. – Pendeu a cabeça para trás e depois para os lados, fazendo os mesmos movimentos incessáveis vezes. – Sim, eu sei que fiz. Sozinha. Eu consegui. Ela era tão impura, eu a purifiquei. – Mordeu a língua com tanta força que sentiu o gosto metálico em sua boca.
Voltou a repetir palavras desconexas enquanto o sangue escorria de sua boca e suas costas batiam violentamente contra a cadeira presa ao chão ou enquanto a saliva escorria pela bochecha e as costas batiam no colchão... Não sabia ao certo.
“Perfeito, incrível, magnif-“