Nos deitamos um no peito do outro, naquela noite e decidimos que tudo bem dizer adeus.
Sem lágrimas, na verdade, em meio à risos e toques carinhosos,
concordamos que nosso tempo cessou, agradecemos pelo que nos tocou,
não desistimos do nosso eterno, apenas aceitamos este tipo de término.
Tão sagrado quanto quando começou...
As estrelas e a lua, ouviram nossa conversa sussurrada de madrugada...
Te contei sobre os poemas que escrevi ainda magoada,
e você me contou como fica quando pensa que me atrapalha...
Nequela conversa não havia dor, tristeza ou raiva
nossa sensação de liberdade era próxima, podíamos tocá-la com a língua,
era apenas abrir a porta, ir embora...
Mas, cá estamos.
Ainda com as pernas presas neste ninho,
não diria mais presas,
pois agora que a verdade nos pertence,
sei o que se passa na sua mente,
e você está ciente da imensidão de meus pensamentos,
- afinal, agora sabemos enfim, o quê à muito faltava...
sabemos porfim, as verdades cabeludas que o amor esconde,
e agora, o que temos não é mais uma prisão,
não é mais um impasse,
neste momento, temos uma ponte, um mapa e um destino,
surpreendentemente,
nós AINDA queremos estar deste lado do rio.
Permanecemos felizes, deitados em nossos corpos,
como se fôssemos ambos canoas,
permanecemos genuinamente contentes,
como quem descobre vida em Marte,
somos os descobridores da paz.