Sempre comparei minha vida com os oceanos.
Há ondas fortes e fracas, marés altas e baixas.
Mistérios e histórias, tesouros que já não valem muito,
mas que brilham conforme seu olhar.
Onde eu nado com tranquilidade,
afundo, boio, afogo, emerjo e volto a respirar.
Você não temeu a água.
Nem a mim.
Escolheu mergulhar comigo
na imensidão sem fim
que é a alma de um artista.
Foi estranhamente ali,
em um momento cômico pós euforia,
enquanto uma lágrima solitária surgiu,
que eu descobri um dos significados do amor.
Eu encontrei o amor no seu silêncio,
nos seus olhos castanhos.
Você me desafia, me mostra o quão fácil
é para você, quebrar minhas paredes,
me libertar.
Seu respirar em minha face é sinônimo de vitalidade.
Seu respirar é, para meu eu moribundo, o sopro da vida.
Seu olhar imenso castanho claro é o início de tudo,
o meu olhar escuro é o fim.
Tomo cuidado ao te abraçar,
porque mais belo do que te ver perto de mim,
é te observar aproveitar o vento em suas asas
e voar, meu pequeno pardal azul.
E enquanto o vento nos leva de volta à areia,
correremos apressados para o fundo.
Você foi a melhor maneira de me lembrar
que por mais que os ventos me empurrem,
minha alma sempre estará no mar.