O Setembro Amarelo acontece todos os 365 dias do ano para quem sofre de alguma doença psíquica, mas é muito mais confortável para o ser humano separar um mês do ano para falar sobre. Quem sente é massacrado todos os dias. A dor não faz distinção de mês, gênero, cor... a dor só destrói cegamente.
Ao nosso lado, pode-se encontrar um deprimido em suas roupas caras, atrás pode estar um depressivo indo cometer suicídio enquanto lê um livro... nós nunca teremos noção da alma de ninguém, por mais próximos que estejamos delas. A dor, sim, toma e se espalha como uma pandemia pela alma e esse local tão bem conhecido antes, se torna desolado e desconhecido. Por fora normais, por dentro devastados. A sociedade é assim.
Só sabemos da nossa própria dor e para ela sempre nos voltaremos. Ela é a pancada e o afago, na mesma medida, sempre. Mas em Setembro isso muda. De repente todos se importam. De repente todos são necessários. De repente a vontade de morrer aumenta pela invasão dos outros que querem "ajudar". Eles esquecem que Setembro era muito tarde para aquela pessoa que se matou em 31 de Agosto e que não pôde esperar, porque a vontade de morrer era maior do que a de existir.
A hipocrisia humana não tem precedentes, limites ou tamanho. Da mesma forma que as doenças mentais não marcam a data para a morte, o dia para a pessoa se sentir deprimida ou a falta de vontade de viver. A dor não perdoa ninguém e não espera Setembro para existir. A dor é aguda, profunda e corrosiva, sempre.
Mas nós esperamos Setembro, pois é nesse mês que tentamos salvar os que não se mataram antes e alertamos os que querem se matar depois.
Essa obra marcou o meu espírito, porque ela é a personificação de todos os meus pensamentos acerca do assunto.
Obrigado por compartilhar conosco essa obra necessária e impactante.
Parabéns, como sempre, Diab ♥