Quem ama [se] cuida.
Graças à tecnologia e ao desenvolvimento da Ciência somos uma geração que superou e muito a expectativa de vida de nossos pais, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) até 2025 seremos a sexta população com maior número de idosos no mundo, “um jovem país de cabelos brancos” (Secretaria Municipal de Saúde de Campinas –SP, 2005).
Tal fato, sem dúvida tem despertado um novo jeito de ver e perceber o idoso e o seu papel na sociedade, sim, o idoso de hoje é bem diferente daquele de sessenta anos atrás, hoje o ser idoso também tem a conotação de idade de ouro, aquele momento destinado a desfrutar a parte boa da vida, a aposentadoria, os netos, viajar... sem dúvida é o que a maioria das pessoas deseja para o fim da vida, contudo, devido aos mais diversos fatores nem todos conseguem chegar aos anos tardios da vida com saúde.
Para algumas pessoas os excessos da juventude, do trabalho, do doar-se pela família cobram seu preço de modo mais pesado e dependendo do grau de desgaste do corpo, o idoso torna-se dependente sendo necessário um acompanhamento constante, aqui surge a figura do cuidador.
Anos atrás o papel de cuidar do idoso era realizado quase que exclusivamente por mulheres, principalmente aquelas que não se casaram e se tornaram “as cuidadoras oficiais” de pais, tios, avós, etc, dedicando suas vidas à tão nobre tarefa e muitas vezes sem reconhecimento algum. Hoje em dia a situação mudou um pouco, dispomos de instituições muito bem estruturadas até, que servem ao idoso, cuidadores profissionais e, no entanto, para a maioria da população é o próprio familiar quem cuida de seu ente querido, doa o melhor de si: seu tempo, seu dinheiro, seu espaço, suas forças, sacrificando horas de lazer em prol do bem estar do idoso.
É necessário refletirmos que não é uma tarefa fácil, que é por vezes estressante e que esses mesmos familiares, que se dão ao idoso, também possuem suas próprias necessidades que geralmente acabam negligenciadas. Para cuidar bem do outro é necessário se cuidar, saber tratar bem de si mesmo. Lembrando as palavras o Sábio Mestre: “Amarás o teu próximo com a ti mesmo” (Evangelho de Lucas 10:27), para amar o próximo a condição é se amar primeiro, ou seja, não negligenciar as próprias necessidades.
Quem cuida precisa se cuidar, tirar um tempo para si mesmo, para repor as energias, divertir-se, cuidar da própria saúde, rir, sair com os amigos e inclusive “ficar à toa”, é necessário poder refletir e conversar consigo mesmo! É importante notar que se cuidador tiver qualidade de vida o atendimento ao idoso também será de qualidade, pois o bom humor e a alegria de viver se refletem naquilo que realizamos, como diz o adágio popular “ninguém pode dar aquilo que não tem”, é preciso saber cuidar bem de si mesmo para cuidar bem do outro.
Então se você ama alguém se cuide, pois se cuidando você estará mais pronto e preparado para suprir às necessidades daqueles que ama.