Talvez eu possa dizer que conheço esse lugar.
Não escolhi viver em Ogígia, fui destinada.
Poucos foram exemplos amorosos românticos,
tão pequenos que só os notei quando foram embora.
Quando era pequena sofri com as dores de meus pais,
almas incríveis mas que não se completam.
Pensei muito em relação a me completar com alguém
e, Deus, como não quero isso.
Talvez um triste reflexo de um quebra cabeça sem peças
ou com peças demais.
Preferi buscar o amor em outras formas,
formas que machucam e deixam menos sequelas.
Não ligo para cicatrizes de amor
mas ligo para as dores crônicas que ele nos deixa.
Não quero construir muros indestrutíveis ao meu redor
tampouco frágeis.
Mas depois dos anos que passei,
observando o amor se tornar mortalhas
espalhadas por belas estradas,
não quero que seja apenas uma experiência moribunda.
Que farei uso fruto e depois descartarei, não!
Gosto de colher as coisas boas que ele pode me oferecer
e não quero tê-lo como algo que me destruirá,
não dessa vez, não desse jeito.
Já me reergui vezes demais, me considero muito jovem
para deixar que a dependência emocional
colocada por mim em outra pessoa, me leve ao pó.
Pois quero voltar para o pó que sempre fui
e não para o pó moído por outra pessoa.